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Crato trouxe embeiçada uma legião de fãs à custa de meia dúzia de livros de divulgação matemática e, alegadamente, sobre pedagogia.
Endeusado pela comunicação social, a coisa valeu-lhe vários convites. De comentador televisivo frequente foi um passinho até se tornar dislatador residente do Plano Inclinado com Medina Carreira, outro embeiçador mágico.
À frente da Educação tem desejos que outros tiveram: o senhor ministro quer deixar marca. E como não há dinheiro, nem escolas para inaugurar - o que lhe garantiria plaquinhas para a eternidade - entretém-se a tudo querer mudar.
Com uma diferença. De outros sempre haveria qualquer ideia que se conservasse. Deste parece ser tudo para deitar fora, quando o Ministério regressar ao século XXI.
Aproveitar os resultados do percurso escolar, entre os dois primeiros ciclos da escolaridade obrigatória - cumprido habitualmente entre os seis e os 12 anos -, para canalizar os estudantes com pior aproveitamente para um ensino profissional forçado, ainda não é o regresso da palmatória. Mas já faltou mais.
... a esta. Embora seja previsível que apareça. Como se sabe norteia a vida pela busca do conhecimento.
Figuras confirmadas são o pitoresco Duarte Marques e o mandarete António Borges.
Redundam nisto. Mas quando o ministro da Solidariedade do Partido de Paulo Portas anuncia que um grupo de assaltantes perigosíssimos recebia o Rendimento Social de Inserção, esquece sempre a quantidade de vultuosos apoios do Estado que bancos como o BPN recebem e que ninguém pede para devolverem.
Uma das maiores figuras da última grande aventura humana de exploração.
Resguardando o chefe, Mota Soares recusou comentar o que o "consultor" António Borges disse sobre a privatização da RTP.
Claro que o ministro da Solidariedade não fala sem ordem do chefe (e não é exactamente certo que as declarações saiam do plano ensaiado facilitando recuos, pese embora quem aponte desconforto dos populares com Miguel Relvas).
Na Solidariedade ou noutra qualquer pasta, os ministros do CDS-PP fazem o que Portas quer. Os cortes sociais ou as declarações sobre a RTP trazem a marca do silencioso ministro dos Negócios Estrangeiros. Não dá ponto sem nó.
(Foto: Público.pt)
Cavaco respondeu há dias a jornalistas que não comentava o corte de 200 milhões de euros no orçamento da Saúde por estar de férias.
Sorte a dele, que pode ter férias (e logo sem necessidade de ir ao médico) e as pode aproveitar para inaugurar uma unidade privada de saúde.
Sorte a nossa, que ficamos a saber a quem dedica Cavaco os tempos livres que Belém lhe reserva.
(Via Samuel)
(Foto: A Bola.pt)
Como é óbvio, "Passos Coelho anuncia fim da recessão em 2013" deveria ser a manchete de hoje do Diário de Notícia.
Seria bem mais informativo que a manchete escolhida: "Menos alunos inscritos e atrasos nas propinas deixam universidades com 30 milhões em falta".
O discurso do primeiro-ministro é tão supreendente e as promessas de Passos tão realistas e previsíveis que convinha que se lhes desse muito maior destaque do que o de uma simples chamada de 1ª página.
Só assim muitos leitores perceberiam a total dimensão do cenário que têm à frente.
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