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(Foto: tvi.iol.pt)
A notícia de que o Governo se terá comprometido com a tróica a aumentar o número de alunos por turma não tem tido especial eco junto da comunicação social.
No limite ainda haverá quem defenda que basta um professor armado de megafone debitando a matéria para umas centenas de alunos encafuados num pavilhão desportivo. Tem-se ouvido de tudo aos comentadores pró-austeridade e a tróica quer é que Portugal pague aos credores, quer lá saber se depois da cura não haja ninguém educado para levar o país por outros caminhos.
Mas que têm a dizer sobre a sobrelotação das turmas dos seus filhos os pais zangados com os professores em greve? Os que ainda acreditam não haver dinheiro para mais, em que medida reclamam contra as rendas das PPP ou o pagamento dos buracos dos BPN? Confundir o alvo e os responsáveis pelas nossas dores é hábito demasiado disseminado.
(Foto: dn.pt)
Em reunião dos partidos socialistas europeus, António José Seguro propôs que as taxas de desemprego superiores às da média europeia passem após 2021 a ser mutualizadas pelos restantes países da União Europeia.
Depois dos trinta anos em que os partidos socialistas e trabalhistas conviveram pacificamente com as doutrinas económicas tatcheristas e reaganómicas, será complicado convencer o eleitorado a quebrar egoísmos e individualismos. Não se chegou no SPD alemão, no Verão passado, a sugerir a mutualização das dívidas dos países da Zona Euro?
A opção é entre passar a dar aos rotos da terra ou continuar a dar à alta criminalidade instalada nos mercados financeiros. Os termos não são demagógicos: Tramado é que perante a realidade não se possam usar outros. E
Seguro e os seus parceiros (Jacques Delors fez o mea culpa pela situação a que conduziu a Europa) têm um longo trabalho pela frente para convencer os cidadãos e eleitores europeias acerca da bondade de consensos keynesianos e new dealianos. Mesmo dentro do PS português, duvida-se que este tipo de ideias faça o pleno, basta ir lendo o que escrevem Francisco Assis, Luís Amado, Correia de Campos e outros.
José Manuel Fernandes que, durante anos e enquanto diretor, descaracterizou o que era um dos melhores diários portugueses (sem que as vendas do jornal subissem, bem antes pelo contrário) e se meteu na inventona das escutas de Belém afirmou esta sexta-feira que "a boa escola pública não depende da garantia de emprego dos docentes, mas da sua responsabilização pelos resultados dos alunos".
Catita. José Manuel Fernandes rodopia pelo comentário televisivo, imagina‐se que remunerado. Apesar do mau serviço prestado (os seus resultados provam-no) mantém uma página semanal no Público que dirigiu, totalmente reservada para a sua escrita, ideias e agenda pró-estado a que chegámos.
E é este jornalista inamovível, prestador de maus serviços, mas de emprego garantido e supinamente bem pago, que vem falar das garantias nos emprego dos outros?
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