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Atão amanhã...

por Tempos Modernos, em 26.06.13

 

(Foto: jornalmudardevida.net)

 

... não há cá posts, tá bem?

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publicado às 22:48

 

Um vídeo que deve ser visto em conjunto com o seguinte texto

 

“Se eles conseguirem privatizar os CTT, nós teremos de voltar a nacionalizá-los: esta é que é uma daquelas questões nacionais que tem de merecer o compromisso de uma imensa maioria, para usar um termo muito em voga ontem em Elvas. As verdadeiras questões nacionais são hoje profundamente subversivas ou não estivéssemos sob tutela de fora através das elites cá de dentro.”

 

João Rodrigues em Ladrões de Bicicletas

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publicado às 20:32

Relvas estudioso derrotado pelo Relvas habilidoso

por Tempos Modernos, em 26.06.13

 

(Foto: jn.pt)

 

Miguel Relvas corre o risco de perder a licenciatura não por causa de cadeiras sobre as quais se desconfia que pouco deve saber, mas por causa de uma cadeira cujos conteúdos demonstrou conhecer e à qual foi avaliado.

 

Perfeitamente de acordo com a possibilidade de que a experiência e conhecimentos adquiridos ao longo da vida sejam academicamente validados e contribuam para obtenção de grau.

 

Mas convém que os conhecimentos adquiridos tenham correspondência com a realidade. Não servem para tudo. Se nunca operei um cérebro, não vejo muito bem como me darão equivalência a neurocirurgia.

 

Num outro nível, a exigir menor especialização técnica, como o da licenciatura em Ciências Políticas e Relações Internacionais, na Universidade Lusófona, Miguel Relvas obteve equivalências a 32 das 36 disciplinas que constituíam o curso, à conta da sua experiência profissional.

 

Alguém que, como Miguel Relvas, andou toda a vida profissional muito próximo da gestão da coisa pública e exerceu cargos governamentais estará obviamente bem preparado para obter um número relativamente alto de equivalências num curso do género do escolhido. Miguel Relvas terá obrigatoriamente uma percepção muito acima da média sobre o que é a administração pública e a sua prática.

 

Mas, por mais competente e capaz que fosse, há sempre uma carga alta de conhecimentos teóricos de base, do campo da filosofia, da história e da ciência política que não terá adquirido. Por algum motivo lhe pediram que realizasse provas em cadeiras como Quadros Institucionais da Vida Económica Política e Administrativa; Introdução ao Pensamento Contemporâneo; Teoria do Estado da Democracia e da Revolução; e Geoestratégia, Geopolítica e Relações Internacionais.

 

O que é estranho é que num curso que necessariamente terá muitas cadeiras deste género, Miguel Relvas tenha obtido 32 equivalências à custa da experiência profissional. Que conhecimentos demonstráveis de história ou de filosofia terá podido apresentar através do currículo profissional?

 

Infelizmente, não é isso que o trama - ou pode tramar. O que trama Miguel Relvas não é a sempre discutível atribuição de créditos em cadeiras sobre cujos conteúdos dificilmente terá conhecimentos, mas cuja validade foi reconhecida pelos catedráticos da área.

 

O que o trama é uma regra interna, perfeitamente burocrática, que o impede de fazer avaliação com base apenas numa oral. O ex-ministro corre o risco de perder a licenciatura por causa de uma cadeira a que foi realmente avaliado e ninguém pode dizer que uma oral é menos exigente que um exame escrito. Num exame escrito, e ainda mais num curso da área das humanidades, o avaliado pode sempre refugiar-se naquilo que sabe melhor, evitando o que ignora e camuflando fragilidades. Em oral, corre o risco de que lhe descubram todos os vícios.

 

 

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publicado às 20:05

Opinar desde o lead

por Tempos Modernos, em 26.06.13

É fácil transformar uma notícia em opinião. Veja-se o lead de peça apresentada ontem na SIC.

 

"Depois das consequências para a economia dos longos períodos de greve em 2012, as atenções voltam-se de novo para a zona portuária. O sindicato dos estivadores denuncia..."

 

No primeiro período apresenta-se o que se considera "O Facto": Greve longa teve consequências na economia. Não há fonte para a questão do  impacto económico. É puro senso-comum apresentado como axioma. Tal como é factual e absoluto o ter também resultado da greve.

 

Logo a seguir, diz-se que o "sindicato dos estivadores denuncia..." Aqui já se admite um ponto de vista, que mais à frente será contraditado, como mandam as regras, pelo ponto de vista dos seus empregadores. O que ocorre nos portos é atribuído. Já não é senso-comum. Há uns que dizem umas coisas, outros que dizem outra. O que sucede nos portos, é um puro caso de luta de interesses e direitos. Um combate de relativos.

 

O que é dado em termos absolutos, factuais, exactos é a ideia de que a greve, feita pelos estivadores, tem impacto na economia. Claro que terá, mas o efeito desse impacto é tão construído como os pontos de vista de estivadores e empregadores. Mas o jornalista dá-o como adquirido, como legítimo. Não o dá como tendo origem num gabinete de assessores ministeriais com interesse em denegrir a imagem dos estivadores em greve. É o jornalismo a tomar partido em vez de informar.

 

Quando se fala cada vez mais da necessidade de crescimento económico, uma greve com impacto na economia afasta a compreensão dos espectadores mais dispostos a culpar os rotos pela sua miséria. E são tantos.

 

O que não falta por aí são peças com a conclusão pronto-a-vestir logo à cabeça, notícias prontas a disparar sobre os grevistas, opinião com gato escondido. Eu fiz engenharia. Não estudei os sentidos que encerram as frases, a insustentável leveza de um testemunho, de um ponto de vista. Não me ensinaram os abismos onde caem os factos em estado puro. Mas a maior parte dos jornalistas fez ciências da comunicação, cursos onde se estudam estas coisas. É impossível não saberem o que estão a fazer.

 

 

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publicado às 10:45

"Mas o desespero e a fúria ante a injustiça são contagiosos – um dia ainda acordamos face ao nosso pior pesadelo: um povo “mau”, esquecido dos seus “brandos costumes”. Era bem feito."

 

Luís Rainha, no jornal i

 

 

"A chanceler esqueceu-se de referir que, também na Europa, mesmo antes da crise, se tem assistido a uma enorme concentração do rendimento no 1% da população mais rica. Não se trata apenas de uma crise de crescimento, mas de uma captura do sistema político pela oligarquia económica. O problema é conhecido. E a solução também."

 

Viriato Soromenho Marques, no Diário de Notícias

 

 

 

 

 

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publicado às 10:41


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