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Manuela Ferreira Leite e Medina Carreira. Viva o contraditório.
Para comentar o primeiro dia de debate do programa de Governo, a TVI24 convidou David Dinis, ex-assessor de imprensa de Durão Barroso e actualmente responsável por um projecto digital dinamizado por gente ligada ao Compromisso Portugal, e João Miguel Tavares, jornalista que nos últimos quatro anos apoiou o governo Passos/Portas e a tróica.
No entendimento da direcção de informação da TVI estará garantido o contraditório. Por muito respeitável, que seja, e é, o trabalho jornalístico de Costança Cunha e Sá, estranha-se que o canal televisivo não junte ao debate alguém que não venha marcada pelo combate activo e empenhado em prol do PSD e do CDS-PP. Os critérios editoriais têm as costas largas e, muitas e muitas vezes, têm servido mais para manter uma hegemonia partidária e uma agenda ideológica do que para informar.
Depois de ter sido conhecido o fecho das negociações à esquerda e terem sido anunciadas quatro moções de rejeição, já se ouviu Diogo Feio manifestar a esperança de que nada está acabado: Para o Governo cair, as moções têm primeiro de ser aprovadas no Parlamento e depois a constituição de um novo Governo - e a eventual solução à esquerda - ainda passa por Belém.
Feio espera, pois, no mesmo estado nervoso que tantos têm manifestado (aqui, aqui, aqui).
A opinião é livre, num blog faz-se opinião. E todos têm direito à sua.
Mas quando numa notícia se mistura a opinião - não confundir com análise - estamos na presença de uma aberração.
Ainda por cima, no irremediável caso em apreço, a mixórdia opinativo-noticiosa é construída a partir de lugares comuns mentais medrados no populismo, no anti-partidarismos e, na melhor das hipóteses, no lodaçal reflexivo do "eles são todos iguais".
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