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No PSD continuam com dificuldades de perceber o que aconteceu nas últimas legislativas.
Atira para o PS, BE e CDU a responsabilidade de aprovarem o Orçamento do Estado de 2017. O que faz sentido.
Só que depois o fraseado escapa-se-lhe para o ressentimento quando diz que os partidos que apoiam o Governo devem "construir as soluções que [...] que assegurem a durabilidade do Governo".
O chefe da bancada laranja, Luís Montenegro, não terá reparado que o Governo do seu partido e do CDS-PP, saído das legislativas de 2015, não aprovou programa e nem um mês conseguiu durar? Mal por mal, os que lá estão já conseguiram aprovar programa e durar quase oito meses. Sempre mostraram mais "soluções de governabilidade, com estabilidade, consistência, que assegurem a durabilidade do Governo" que as apresentadas por Passos Coelho e Paulo Portas.
Tiago Brandão Rodrigues tem sido um bom ministro da Educação (o que não era difícil depois do beco oitocentista em que Nuno Crato enfiou o sector). Pôs fim a ideias muito, muito velhas, freou gastos injustificados, pôs fim ao vocacional e ao ensino segregado.
Mas a ideia de substituir as notas das provas de aferição por relatórios individuais parece fazer escasso sentido. A feitura destes relatórios tem tudo para se tornar uma tarefa ciclópica e de muito difícil operacionalização
Passaram na noite de 17 para 18 de Julho, oitenta anos sobre o início do golpe de Franco e dos nacionalistas contra o governo republicano espanhol, eleito uns meses antes. Era o início da guerra civil.
Em 1973, num outro 11 de Setembro, Salvador Allende, presidente chileno morria, na sequência de um golpe levado a cabo pelos militares e que levaria o ditador Pinochet ao poder.
Não têm faltado golpes contra as esquerdas eleitas. Hoje os métodos não são os de genocidas, como o generalíssimo espanhol, ou o de torturadores sul-americanos, como Pinochet.
Não é preciso ser da esquerda republicana espanhola, ou da esquerda socialista chilena para a direita se querer impor por meios não-democráticos. E não é preciso estar-se na primeira metade do século XX, em décadas de autoritarismos. Não é preciso viver-se num país de um continente crioulo, quase sempre alheado das tradições demo-liberais. Basta que, como sucede agora em Portugal, um partido de tradição social-democrata europeia, seguidor da terceira via na maior parte dos últimos anos que governou, queira atenuar medidas austeritárias da extrema-direita económica.
Pior, basta que surjam como esperançosos os resultados da execução orçamental do Governo do PS, apoiado pela esquerda parlamentar. Os valores conhecidos parecem indicar o cumprimento das metas acordadas com a União Europeia, mesmo que o cenário macroeconómico se tenha degradado, também à custa das quedas importadoras de Angola e do Brasil.
Para que Portugal se endireite - com o pretexto de um não cumprimento passado, sob a sua supervisão e amen - uma Comissão Europeia não eleita, apoiada por um grupo informal de ministros da zona euro, um grupo sem existência legal que condiciona o Ecofin, exige um plano B.
O objectivo é óbvio. Se forem aplicadas sanções, Portugal - que parece estar no bom caminho, com a a suspensão de uma série de medidas queridas de Bruxelas e Berlim - ficará em maiores dificuldades para cumprir o acordado. Se o Governo optar por seguir o diktat, corre o risco de perder a sua base de apoio parlamentar. E cair. As pressões sobre a Caixa Geral dos Depósitos também fazem parte do plano golpista em curso para derrubar um governo eleito.
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