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Queridas sanções

por Tempos Modernos, em 08.07.16

Apesar dos jornalistas que descobrem em declarações da área do PSD e do CDS-PP a defesa do país contra as sanções de Bruxelas, há gente menos optimista. Pacheco Pereira acredita haver gente no PSD, por exemplo, que quer as sanções e que precisa delas do ponto de vista político.

 

Claro que há sempre outras leituras, mas eu não confiaria em boa parte dos meus camaradas jornalistas no activo para trocarem certas proposições partidárias por miúdos. Quando, há dias, Schäuble se lembrou de sugerir um segundo resgate para Portugal, o melhor que ocorreu a Assunção Cristas para defender o País foi que "gostaria que Portugal, de facto, não se pusesse nos radares e não se pusesse na situação de ser objecto de comentários, porventura menos felizes".

 

Na ocasião, um canal televisivo fez a súmula de posições dos partidos em relação às declarações do ministros das Finanças alemão. Nela dava conta que todos os partidos se tinham manifestado contra as declarações de Schäuble. Uns de modo mais emocional, outros de de modo "mais assertivo", disse a jornalista referindo-se às declarações da presidente do CDS-PP.

 

Confesso que me pareceu forçado ver nas declarações de Assunção Cristas a condenação das declarações de Schäuble. Primeiro condena Portugal, que se põe a jeito, depois considera as declarações "porventura menos felizes". Ou seja, se as declarações são "porventura menos felizes", também podem não o ser. É isso que o porventura quer dizer.

 

Com aquele porventura, Assunção Cristas põe a hipóteses de as declarações serem infelizes, mas também abre a porta para que a afirmação de Schäuble tenha sido feliz. Se nestas declarações da antiga ministra da Agricultura havia qualquer assertividade condenatória do alemão, eu ia ali e já vinha.

 

 

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publicado às 18:45

Endurecer posições

por Tempos Modernos, em 02.07.16

Carlos César, chefe da bancada socialistas na AR, acusou Wolfgang Schäuble de "arrogância persistente", depois de o ministro alemão ter dito que Portugal iria precisar de um segundo resgate.

 

Depois disso, o chefe da bancada socialistas na AR já disse que o alemão não tinha percebido o que dissera e que "por essas e por outras que infelizmente há cada vez mais cidadãos europeus que se revoltam contra essa arrogância persistente e insensata. Schäuble é apenas um ministro de um Estado membro e como tal se devia comportar".

 

Mas a resposta subiu de nível. Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros,  fez saber por canal diplomático que Portugal considerava "injustificadas e inamistosas" as declarações do alemão.

 

Uma questão curiosa era a de saber se Regling falou antes ou depois da carta de Santos Silva.

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publicado às 11:12

Melhor que a encomenda

por Tempos Modernos, em 02.07.16

Primeiro, Marcelo Rebelo de Sousa atirou Schäuble, ministro das Finanças alemão, para a categoria dos intriguistas de jornal.

 

"É uma repetição. É talvez a quarta ou quinta vez em que quando estamos a oito dias de uma decisão europeia, sobre qualquer país, não é só Portugal, começa a haver notícias nalguns jornais, declarações aqui e aciolá, especulações aqui e acolá, vai acontecer, não vai acontecer. Mas já não é a primeira vez. Se virem bem, isto é um filme que nós já vimos. Já é para aí a terceira, quarta ou quinta vez que assistimos a isto. E portanto deve ser encarado e relativizado. Faz parte da lógica da política e da lógica da especulação político-económica ali, nos últimos dias antes de uma decisão, haver as notícias e comentários mais variados"

 

Depois, perante a insistência no assunto de um burocrata alemão - o diretor do fundo europeu de estabilidade, Klaus Regling - que se declarou mais preocupado com a situação de Portugal que com o Brexit ou com os refugiados, o Presidente da República mostrou compreensão com o pobre homem.

 

"Faz parte da natureza humana às vezes ter preocupações assim estranhas ou inesperadas, mas temos de respeitar as preocupações de cada qual sendo que estamos em véspera de uma decisão sobre Portugal (ou sobre outros países) relativamente à sua situação financeira nós assistimos sempre às mesmas preocupações a uma certa distância e não é deste governo, já no governo anterior. Portanto, faz parte da vida convivermos com essas preocupações e saber distinguir entre aquilo que é mesmo motivo de preocupação ou aquilo que é uma forma de pressão a cinco ou seis dias de uma decisão."

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publicado às 11:10

Ventos novos

por Tempos Modernos, em 30.06.16

Wolfgang Schäuble habituou-nos à irresponsabilidade das declarações que mantêm, de modo propositado,  Portugal sob o foco crítico dos investidores e das agências de rating. Cultiva a chantagem e a sabotagem da nossa economia, sempre apoiado em gauleiters prestáveis.

 

Alguma coisa mudou nesta relação? Apenas o modo como o Governo e os seus deputados respondem ao alemão. Com um sentido de Estado e de soberania a que tinhamos deixado de estar habituados. António Costa e os seus saem-se muito melhor do que me prometiam.

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publicado às 12:13

Portugal demora muito a formar governo?

por Tempos Modernos, em 07.04.16

A Espanha anda desde 20 de Dezembro para formar Governo.

 

Para permitir por cá a nomeação mais céleres dos executivos, uma veterana do jornalismo político português insinuava, em Novembro, uma revisão de prazos constitucionais.

 

Como se os emperramentos propositados de Cavaco tivessem origem no texto da Constituição. Lendo-a apenas vê-se como a rapidez de nomeação nada tem a ver com a Lei Fundamental. E, em contraponto, como são frágeis as bases em que assentam tantas opiniões do jornalismo político.

 

É apenas conversa velhinha e ideológica de jornalistas e comentadores políticos, uma gente que se especializou na política nacional sem ter lido a Constituição e sem perceber das coisas da política muito mais que as pequenas intrigas, tricas e jogos.

 

Podia vir desta ignorância essencial a ideia de ensinar a Constituição na escola, uma lembrança que faz convergirem um bom amigo meu e o Presidente da República.

 

O flagelar do que é português tem séculos. Desde que me lembro, não páram as críticas ao tempo que em Portugal se demora a formar Governo. Só que até temos na Constituição um bom motor de rapidez de nomeação de governos.

 

Os prazos fixados são expeditos, haja quem ache dever acelerar. Como acham tantos jornalistas e comentadores - os mesmos que depois avançam modelos estrangeiros. Com desconhecimento do que afirmam (o mesmo desconhecimento que da constituição teria a veterana jornalista política). E com o azar que se vê no comparar com exemplos recentes.

 

A Espanha anda desde 20 de Dezembro para formar Governo. Ainda se pode dizer ser problema ibérico, dos povos do sul. Mas com a eficaz Alemanha andou-se ao mesmo.

 

 

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publicado às 10:31

Dr. Estranho Schäuble ou Dr. Strangeschäuble

por Tempos Modernos, em 14.07.15

drstrangelove02.jpg

 O título deste postado foi alterado. Primeiramente, estava apenas Dr. Schäuble.

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publicado às 16:23

Os péssimos e os óptimos

por Tempos Modernos, em 14.12.13

Quando a crise começou, começaram a chegar os mails dos habituais papagaios da piolheira e da choldra.

 

Com tanta propensão demagógica, como falta de memória e empatia, davam contas da falta de vontade de alemães, suecos, holandeses e finlandeses para pagarem certos típicos e tristes gastos dos portugueses.

 

Presa fácil, claro, os políticos. E lá vinham as habituais cretinices daqueles que acham que a democracia é um luxo e que, para quem é, bordoada e pão seco bastam.. Algum alemão estaria disposto a pagar-nos tanto ministro, tanto deputado, tanta câmara e assembleia municipal, tanta freguesia e, ainda por cima, mais dois governos regionais com as respectivas assembleias?, perguntavam castigadores.

 

A um emissores sugeri que perguntasse a quem lhe tinha mandado a mensagem se por acaso saberia que a Alemanha tem duas câmaras de representantes (uma alta e outra baixa), se saberia quantos estados (são 16) com os seus governos e as suas assembleias têm por lá, quantas divisões administrativas correspondentes às nossas autarquias?

 

Fazer contas com metade dos dados na mão, dá sempre raciocínio ao fundo.

 

Mas há mais. Outra recorrência destas almas - boa parte inspirada por comentadores dos jornais e da academia que gastam mais tempo a maldizer e a humilhar-se que a investigar e a estudar -  é aquela que em cada mudança de Governo nos verbera com o tempo (excessivo, garantem, iracundos) que por cá se demora a substituir um Executivo por outro.

 

A Alemanha, a eficaz, pragmática e poupada Alemanha, volta a ser um excelente exemplo dos lugares comuns que os masoquistas nacionais nos vendem como bons.

 

Por terras da chanceler Angela Merkel foi-se a votos em Setembro último. Dia 22. Ainda por lá andam a ver quem entra e quem sai do Governo. A pouco mais de uma semana de completar os três meses após as legislativas.

 

Alguém que avise os jornais da próxima vez que formos a votos.

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publicado às 14:15

A aldrabice mil vezes repetida

por Tempos Modernos, em 18.07.13

Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão cujos conselhos tanto sucesso têm trazido aos portugueses, vem mais uma vez defender a flexibilização laboral nos países do sul da Europa.

 

O processo de fleixbilização dos despedimentos foi iniciado com o código de Bagão Félix, sob o Governo de Durão Barroso; aprofundado com Vieira da Silva, já com Sócrates; e complementado sob Passos Coelho, num processo que o PS aceitou.

 

O argumento é velho: "Quando a protecção contra os despedimentos é alta, os mais velhos não podem ser despedidos e isso está bem, mas então os jovens não têm acesso" ao mercado laboral, diz Schauble e todos os inúmeros defensores da flexibilização dos despedimentos.

 

O que a prática continuada de dez anos prova é que desde que a taxa de desemprego teve um crescimento continuado desde que o código Bagão entrou em vigor. Os mais velhos são despedidos, não encontram emprego e os mais novos continuam sem acesso ao mercado de trabalho

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publicado às 13:39

 

(Foto:bundesfinanzministerium.de)

 

Esta é a nave de loucos inimputáveis que sequestrou as poupanças dos cipriotas, não é?

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publicado às 17:27

Nenhum democrata lê isto e fica descansado. Angela Merkel comporta-se como uma tirana autoritária e prepotente, acolitada pelos cobardes que em todos os governos europeus (no português também, pois claro) lhe aparam sucessivos golpes criminosos e hegemónicos. A facilidade e apetite por esmagar e humilhar dizem muito sobre um carácter. 

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publicado às 14:49


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