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Boa parte dos eleitores do PS não se reconhecem nas medidas que o seu partido leva a cabo quando passa pelo Governo. Boa parte continua a votar nele por hábito, clubismo ou reiterada concessão do benefício da dúvida.
Não evita, no entanto, que uma ampla massa olhe com esperança para epifenómenos como o Alegre da primeira candidatura presidencial.
Embora previsivelmente não os faça mudar de campo na hora de votar, a assinatura pela UGT do novo acordo de concertação social aliena todos esses eleitores.
Torres Couto, o histórico sindicalista, volta a ser duríssimo com a postura da organização de que foi fundador e polémico secretário-geral. O acordo ontem bastamente elogiado rebenta literalmente nas mãos de que o assinou.
Com a contestação a endurecer também dentro da esquerda socialista, o Governo terá ainda menos espaço para fazer o que vem fazendo.
Nomeações como a de Catroga ou de Celeste Cardona, salários de nove mil contos acumulados com pensões de dois mil, deslocalização das empresas de opinion makers, acordos como o de ontem, criam condições para um novo espírito crítico.
A continuada higienização de pontos de vista levada a cabo pela opinião publicada tem cada vez menos espaço de manobra.
As cândidas justificações de João Proença para ter assinado o novo acordo de concertação social são curiosas, vá.
Cito de cor mas é mais ou menos: "O acordo é mau, mas eles deixaram cair a meia-hora e a passagem dsso ainda seria mais grave."
Ou seja, se calha o Governo propôr que o pessoal seja chicoteado caso falhe níveis de produtividade, Proença respirará de alívio ao aceitar apenas o uso de uma bola de chumbo amarrada ao tornozelo.
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