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Livro de Cavaco esgotou em cinco dias.

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publicado às 16:24

Uma aldeia resiste à extrema-direita

por Tempos Modernos, em 13.11.16

Para perceber o mundo que cerca Portugal, neste momento um oásis tolerante, interessa publicar um mapa dos actuais governos europeus, com ligações às extremas-direitas xenófobas, autoritárias e anti-imigração:

 

"Repassemos o mapa europeu. A extrema-direita é hoje a força política mais votada em três países da UE (Hungria, Polónia e Bélgica) e na Suíça, onde, escusado será dizer, está no governo com partidos da direita clássica.

 

É o segundo partido mais votado na Dinamarca e na Croácia. Com mais de 10% dos votos, governa com outros partidos civilizados de direita na Finlândia, Letónia, na Bulgária e, fora da UE, na Noruega.

 

Na Eslováquia, melhor ainda, está dentro de uma coligação dirigida por um social-democrata! Hoje com cerca de 1/6 dos votos, a extrema-direita já esteve no governo com democratas-cristãos e/ou liberais na Áustria (onde pode vir a obter a Presidência da República) e na Holanda.

 

Fora do governo, ela é hoje a força mais votada em França, a terceira na Grã-Bretanha, na Suécia e, segundo as sondagens, na Alemanha.

 

E vamos em 15 dos 28 países da UE! Por todo o lado, partidos da chamada direita clássica incorporaram um discurso nacionalista, xenófobo/anti-imigrantes, racista. A sua escolha está feita. Com a extrema-direita pode-se sempre falar de austeridade desde que ela afete apenas as minorias e se se negue a Bruxelas o acolhimento de um só refugiado que seja."

 

Manuel Loff, "A lengalenga do Populismo", in Público

 

 

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publicado às 12:43

Os supremos critérios editoriais

por Tempos Modernos, em 07.11.16

Há jornalistas que recebem em mão, papinha feita, o documento com a privatização da TAP que vai no dia seguinte ao último Conselho de Ministros de um Governo à beira de ser substituído por outro que já avisou que irá reverter qualquer privatização da transportadora aérea. Remetem a coisa para um rodapé mal-amanhado da primeira página, de tal modo que a bomba será aproveitada por outros ao longo do dia. É o que se chama estragar lagosta da melhor.

 

Há jornalistas que ouvem alguém do Governo dizer haver obrigação de toda a gente declarar rendimentos e património, na sequência da polémica com a administração da Caxa Geral de Depósitos. Sem outra citação, concluem que essas palavras querem dizer que o ministro das Finanças, que tem a tutela da CGD, sairá do Governo em Janeiro. É o que se chama fazer croquetes de raspas de carne para os cães.

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publicado às 16:49

Equilíbrio, portanto

por Tempos Modernos, em 15.10.16

A Rádio Renascença anuncia mudanças já a partir de segunda-feira. Entre as novidades prometem-se debates cruzados de Jacinto Lucas Pires, Pedro Santos Guerreiro, Francisco Assis, Henrique Raposo e João Taborda da Gama.

 

Do primeiro não falo. O segundo é um jornalista com qualidades e com ideias muito próximas do PSD. Francisco Assis é a direita do PS, o crítico interno que muitos não desdenhariam ver enquanto militante laranja e que tanto criticou a presente solução de Governo.Os dois últimos são aquilo a que a esquerda e até o centro consideram reaccionários retintos.

 

Manhã fora, na estação da Igreja, está garantido o contraditório, não vos parece?

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publicado às 14:41

Trump não conseguirá, mas andará por aí

por Tempos Modernos, em 15.10.16

Há várias semanas que sondagens do LA Times vêm a dar vitória a Donald Trump nas eleições presidenciais de Novembro. Têm sido, aliás, as únicas que de modo consistente atribuem a vitória ao candidato do Partido Republicano.

 

Ontem e hoje dão empate. O problema é que aquilo que Trump representa não se dissipará após a sua muito provável derrota.

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publicado às 13:47

O golpe por outros meios

por Tempos Modernos, em 19.07.16

Passaram na noite de 17 para 18 de Julho, oitenta anos sobre o início do golpe de Franco e dos nacionalistas contra o governo republicano espanhol, eleito uns meses antes. Era o início da guerra civil.

 

Em 1973, num outro 11 de Setembro, Salvador Allende, presidente chileno morria, na sequência de um golpe levado a cabo pelos militares e que levaria o ditador Pinochet ao poder.

 

Não têm faltado golpes contra as esquerdas eleitas. Hoje os métodos não são os de genocidas, como o generalíssimo espanhol, ou o de torturadores sul-americanos, como Pinochet.

 

Não é preciso ser da esquerda republicana espanhola, ou da esquerda socialista chilena para a direita se querer impor por meios não-democráticos. E não é preciso estar-se na primeira metade do século XX, em décadas de autoritarismos. Não é preciso viver-se num país de um continente crioulo, quase sempre alheado das tradições demo-liberais. Basta que, como sucede agora em Portugal, um partido de tradição social-democrata europeia, seguidor da terceira via na maior parte dos últimos anos que governou, queira atenuar medidas austeritárias da extrema-direita económica.

 

Pior, basta que surjam como esperançosos os resultados da execução orçamental do Governo do PS, apoiado pela esquerda parlamentar.  Os valores conhecidos parecem indicar o cumprimento das metas acordadas com a União Europeia, mesmo que o cenário macroeconómico se tenha degradado, também à custa  das quedas importadoras de Angola e do Brasil.

 

Para que Portugal se endireite - com o pretexto de um não cumprimento passado, sob a sua supervisão e amen -  uma Comissão Europeia não eleita, apoiada por um grupo informal de ministros da zona euro, um grupo sem existência legal que condiciona o Ecofin, exige um plano B.

 

O objectivo é óbvio. Se forem aplicadas sanções, Portugal - que parece estar no bom caminho, com a a suspensão de uma série de medidas queridas de Bruxelas e Berlim - ficará em maiores dificuldades para cumprir o acordado.  Se o Governo optar por seguir o diktat, corre o risco de perder a sua base de apoio parlamentar. E cair. As pressões sobre a Caixa Geral dos Depósitos também fazem parte do plano golpista em curso para derrubar um governo eleito.

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publicado às 19:17

Ventos novos

por Tempos Modernos, em 30.06.16

Wolfgang Schäuble habituou-nos à irresponsabilidade das declarações que mantêm, de modo propositado,  Portugal sob o foco crítico dos investidores e das agências de rating. Cultiva a chantagem e a sabotagem da nossa economia, sempre apoiado em gauleiters prestáveis.

 

Alguma coisa mudou nesta relação? Apenas o modo como o Governo e os seus deputados respondem ao alemão. Com um sentido de Estado e de soberania a que tinhamos deixado de estar habituados. António Costa e os seus saem-se muito melhor do que me prometiam.

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publicado às 12:13

Os donos da Europa

por Tempos Modernos, em 26.06.16

Pelo menos no discurso, Paulo Rangel chegou a ultrapassar pela esquerda um candidato do PS ao parlamento europeu. E venceu Vital Moreira. Depois disso lá acertou agulhas e nos últimos anos tornou-se um político desinteressante e demagogo.

 

Anteontem, na TVI24, justificava a bondade da reunião conjunta dos ministros dos negócios seis países fundadores da CEE. Que têm todo o direito de se encontrar e discutir o Brexit entre eles, dizia.

 

Para justificar a atitude dos seis países europeus que se acham mais europeus que os outros países europeus, Rangel até se lembrou de sugerir uns encontros portugueses com os estados atlantistas da União Europeia.

 

Embora o  modelo sugerido pelo euro-deputaddo do PSD fosse mais o dos contactos diplomáticos que os de um encontro clubístico, serviu-lhe a coisa para justificar a exclusivista reunião dos seis auto-denominados donos da Europa.

 

Perante a crise provocada pelo Brexit, meia dúzia de países e os seus capatazes embarcam na retaliação e no acentuar das divisões internas de um corpo mais que doente. Fuga para a frente, pela enésima vez. Perante exigências de que o Reino Unido saia depressa, que outras conclusões tirararam os ministros dos negócios estrangeiros dos seis (Alemanha, França, Itália e Benelux)?

 

"Não deixarão ninguém tirar-nos a nossa Europa", disse o ministro dos negócios estrangeiros alemão.

 

O uso do possessivo não os recomenda a ninguém. Mas há quem alinhe cegamente. Paulo Rangel junta à estridência, a incapacidade para entender os problemas da Europa. A indiferença (e até o apreço) à humilhação dos povos e o cultivar instrumental do ajojar da soberania - os fins justificam os meios - fá-lo justificar o injustificável. É dessa massa que o grosso dos poíticos europeus é feita. Não perceberam nada, nem vão perceber.

 

Como, no mesmo programa da TVI 24, o comunista João Oliveira respondia a Paulo Rangel, "é verdade que os seis países têm o direito de fazer as reuniões que quiserem. Mas os outros também têm o direito de tirar as suas ilações".

 

E, já agora, alguém acredita que perante tão evidente cerrar fileiras, os outros estados e povos europeus não começarão a confirmar algumas ideias disruptivas acerca dos interesses, desígnios e vontades destes voluntariososos directórios e dos seus defensores?

 

 

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publicado às 13:01

Não é só fumaça

por Tempos Modernos, em 24.06.16

O Inimigo Público, que nunca teve gracinha nenhuma -- como, apesar dos encómios, o Contra Informação também não tinha --, lá faz uma piadola sobre a ida de David Dinis para director do Público. Só que falha a sátira e tem um espírito enganador. Pode parecer autocrítica, mas mascara a realidade.

 

Diz o suplemento do Público que

 

"Para compensar novo director de Direita David Dinis, a nova directora de O Inimigo Público é Heloísa Apolónia"

 

Além da pouca piada, a graçola (num formato recorrente na publicação) tem outros dois defeitos.

 

Primeiro, o relevante não é que David Dinis seja de Direita. Tem até um certo je ne sais quoi dar a ideia de que eventuais críticas à escolha da Sonae decorrem da legítima opção pessoal e ideológica do novo director. O problema relevante é David Dinis ter sido assessor de um primeiro-ministro, Durão Barroso, e de depois disso nunca mais ter deixado de ocupar cargos de chefia e de direcção nos jornais portugueses. É um trânsito entre a política e o jornalismo que nem se aflora - que somos todos boa gente, tirando os excluídos das redacções.

 

Depois, fazer de conta, mesmo a brincar, que a coisa ficaria balançada com a entrega de outra direcção a alguém de Esquerda alimenta uma visão do jornalismo enquanto charco sem integridade.

 

Valerá a pena a piada se nem ao menos faz rir?

 

 

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publicado às 18:19

Assessorias, directorias e informarias

por Tempos Modernos, em 23.06.16
Em vez de acusarem Cristiano Ronaldo de crime de liberdade de informação e de dano, os reguladores da classe jornalística faziam bem em tomar posição sobre a ida de ex-assessor de Durão Barroso, David Dinis, para director do Público, jornal dito de referência.

 

Isso é que era defesa da liberdade de imprensa.

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publicado às 18:20


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