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Amigos da onça

por Tempos Modernos, em 16.01.17

Vital Moreira - com mais uns quantos - não perde uma oportunidade para tentar mandar abaixo o Governo do partido que apoia.

 

Ao querer que António Costa estique uma das cordas essenciais afinadas com os partidos que lhe viabilizaram o Governo, Vital Moreira ignora olimpicamente vários sapos já engolidos por BE, PCP e PEV.

 

Além do compulsivo reflexo suicidário o que terão figuras como Vital Moreira, Vera Jardim, ou Francisco Assis para oferecer aos portugueses e aos companheiros de partido?

 

 

 

 

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publicado às 16:33

Da natureza dos lémingues

por Tempos Modernos, em 06.01.17

O subsídio que os contribuintes, através da descida da Taxa Social Única, vão dar às empresas para aumentarem o salário mínimo é um erro. Não apenas do ponto de vista filosófico mas também dao ponto de vista da solução de governo encontrada pelas esquerdas parlamentares em 2015.

 

Agora, Vera Jardim, figura do PS com uma certa gravitas, ex-ministro de António Guterres, sugeriu que o PS force a nota da Europa para marcar diferenças com o BE e o PCP.

 

Alguns dentro do PS evidenciam uma vertigem suicida.

 

 

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publicado às 20:12

Assunção Cristas queixava-se há dias das descidas do IVA da restauração, dinheiro que teria melhor efeito se aplicado em políticas de natalidade. A presidente do CDS-PP não vê virtudes em poder contratar mais empregados, baixar preços e por essa via atrair clientes, ter fundos para fazer investimentos, para mais compras no sector agro-alimentar, ou mesmo do ficar com mais dinheiro no fim do mês. É, aliás, o mesmo ponto de vista ideológico de Teodora Cardoso, um olhar pitosga, diria Jerónimo de Sousa.

 

Em nada disso que potencia a melhoria de vida de centenas de milhares de trabalhadores do sector e de estabelecimentos (muitos deles a funcionar como em tempos funcionou a agricultura de subsistência) vê Assunção Cristas alguma virtude. A presidente do CDS-PP está convencida de que as pessoas não têm filhos apenas por falta de tempo para tomar conta deles. O problema da falta de dinheiro no fim do mês não lhe surge como um obstáculo. É que ter dinheiro no bolso até os problemas da falta de tempo resolve. E, ainda por cima, permite fazer escolhas.

 

É, obviamente, uma questão ideológica que ao reforçar económico de um sector de actividade composto por milhares e milhares de micro, muito pequenas e pequenas empresas, a ex-ministra da Agricultura prefira a caridosa satisfação de clientelas através do despejo de verbas em creches pertencentes a IPSS e à Igreja Católica. Afinal, no CDS-PP já mostraram várias vezes gostar bastante dos contratos de associação, que lhes servem para quase tudo.

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publicado às 15:53

Títulos enganadores da imprensa portuguesa

por Tempos Modernos, em 17.05.16

No Diário de Notícias fala-se das Parcerias Público Privadas hospitalares que "[t]odos elogiam e querem manter". O tonitruante "Todos" parece mais um desejo pessoal de quem fez o título do que acerto jornalístico - coisa que não é de certeza. Não é acerto e para ser jornalismo ainda há que haver um bocadinho mais de esforço.

 

Vai-se a ler e, logo à primeira linha, se percebe que o Bloco de esquerda está contra. Cita-se uma entrevista de Catarina Martins onde a dirigente bloquista defende o fim das PPP da Saúde. Começa o ruidoso "Todos" a ficar amputado de partes. No DIário de Notícias ouviram-se ainda antigos responsáveis e criadores da coisa que a elogiaram, pois pudera.

 

O ministro da tutela, que não se quis pronunciar, parece posto no saco dos apoiantes das PPP da Saúde, com argumentos que pecam por ingenuidade ou dificuldades hermenêuticas da jornalista. De declarações antigas do ministro tiram-se conclusões. Tramado é que estas são suficientemente ambíguas e abertas para reflectirem uma posição oposta com a vontade de não mergulhar o Governo em polémicas desnecessárias. A jornalista não chega lá. Usa as proposições como fechadas, quando as devia usar abertas a várias possibilidades, tal como foram expressadas pelo governante.

 

O trabalho pouco cuidadoso prossegue. Correia de Campos é citado. Diz que as "PPP na saúde nunca foram objeto de litígio nem de crítica quanto ao seu valor e à sua execução porque elas foram geridas sempre com enorme rigor". A jornalista esquece-se de fazer o contraditório das palavras de Correia de Campos. Era o que faltava que o ex-ministro de Guterres e de Sócrates e um dos pais da coisa fizesse a crítica da própria acção. E o contraditório nem era difícil. Bastava uma pesquisa no Google, para achar uma entre muitas críticas.

 

Na sua contabilidade do "Todos", a jornalista ouviu também um representante do Sindicato dos Médicos Independentes. O clínico disse que os médicos não se assumem nem contra nem a favor do modelo. Afirmou que "trabalham independentemente do titular do meio de produção, o fundamental é a garantia da qualidade das condições de trabalho e consolidação da carreira médica". Difícil ver nisto um elogio ou a vontade de manter as PPP.

 

Por fim - mas podia ter ficado no segundo parágrafo deste postado - se no artigo se alargasse o escopo dos que foram ouvidos, também se acharia oposições do PCP e do PEV às PPP na Saúde. Mas, depois, o artigo não era a mesma coisa, pois não? Já eram três a pedir-lhes o fim de modo explícito. Ainda o "Todos" do título ficava menos justificado do que aquilo que já não está.

 

 

 

 

 

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publicado às 15:56

Comunicado lido por Jerónimo de Sousa: "[...] Estão assim preenchidas, pela parte do PCP, as condições que asseguram a derrota do governo PSD/CDS na próxima terça-feira e possibilitam a formação de um governo da iniciativa do PS. Reafirmamos agora, e em definitivo, o que temos sublinhado: há na Assembleia da República uma maioria de deputados que é condição bastante para o PS formar governo, apresentar o seu programa, entrar em funções e adoptar uma política que assegure uma solução duradoura na perspectiva da legislatura [...]

Voz de Jornalista: O PCP o PCP vai o PCP o acordo está para quatro anos? [...] Este acordo que disse que está fechado é um acordo para um ano ou é um acordo para toda a legislatura, para os quatro anos?

Jerónimo de Sousa: Bom eu creio que na intervenção aqui feita fiz um sublinhado que eu considero correponde à sua interrogação. Nós consideramos que estão criadas todas as condições para o PS formar Governo. Existe uma maioria de deputados na Assembleia da República que garante a apresentação do seu programa e a sua entrada em funções para a excecução de que um governo que adopte uma política que crie condição para uma solução duradoura na perspectiva da legislatura

Voz de jornalista: Mas não está a ser claro, Jerónimo de Sousa, é para quatro anos?

Jerónimo de Sousa: Enquanto o regimento não for alterado uma legislatura são quatro anos, obviamente.

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publicado às 16:48

Repórter televisiva após o anúncio feito por Jerónimo de Sousa do apoio do comité central à constituição de um governo de iniciativa do PS:

 

"Jerónimo de Sousa então a terminar esta conferência de imprensa, uma conferência de imprensa que se pode dizer histórica no nosso país. Pela primeira vez estão criadas as condições para a formação de um governo de esquerda, governo de esquerda que não venceu as eleições."

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publicado às 16:11

Ainda não se viu bem o que é que eles querem?

por Tempos Modernos, em 08.11.15

Os jornalistas de política a merecer respeito dos leitores esgotam-se, quase de certeza, em menos de uma mão. Estão longe de servir a informação e depois admiram-se com as vendas e com os falhanços.

 

Nas últimas semanas, quase tudo tem servido para noticiar dificuldades negociais entre os partidos da esquerda parlamentar: Dos excessos revolucionários do BE e da CDU, da profunda divisão e oposição interna socialista, do protagonismo de Catarina Martins, da subida do salário mínimo para seiscentos euros já a partir de amanhãzinho cedo, do não conhecimento atempado de um programa, da ausência de ministros dos partidos contrários aos compromissos internacionais do Estado português, do excesso de moções de rejeição e de acordos a assinar, da demora das negociações. O Governo de esquerda corre o risco de chegar e os jornalistas não darem por ele.

 

Um jornal de referência terá mesmo conseguido desencantar um dirigente comunista capaz de dizer que Costa não tinha condições de ser primeiro-ministro por não ter vencido as eleições. Outros interpretaram estados de alma e garantiram o descontentamente dos eleitores do PS, BE e CDU com as negociações à esquerda, pouco interessando que sondagens feitas entretanto nada sugerissem quanto ao tão propalado e anunciado desencanto.

 

Na sexta-feira, o PCP emitiu um comunicado dando conta do fecho do acordo com o PS. Foi preciso esperar pelas três quase em ponto da tarde de ontem para que os órgãos de comunicação - pela mão de Paulo Pena, um dos poucos jornalistas políticos que vale a pena ler - começassem a reparar, timidamente, no que dizia o comunicado:

 

Estão "reunidas as condições para [...] a adopção de uma política que assegure uma solução duradoura."

 

Andou Cavaco a exigir uma solução estável, comentadores garantindo ser melhor um governo da direita por dez dias do que um governo viabilizado pela esquerda durante um ano e meio, e quando um dos partidos excluíveis do sistema fala em "solução duradoura", o esmagador e ruidoso grosso dos jornalistas  de política nem sequer reparou na frase.

 

Agora, a comissão nacional do PS aprovou por esmagadora maioria o resultado das negociações da esquerda e o programa de um Governo já cá está fora; o BE aprovou o acordo com os socialistas; os Verdes - que noutras circunstâncias teriam já sido dados como uma simples correia de transmissão comunista - já deram o aval a uma solução de Governo dirigida por António Costa. E, mesmo assim, ainda há quem mantenha a esperança e sonhe com o colossal  recuo que hoje há-de sair da reunião do comité central do PCP.


 

 

 

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publicado às 11:49

Onde vota o PAN?

por Tempos Modernos, em 05.11.15

Vale o que vale, que as votações foram secretas e nada se pode concluir com rigor.

 

Na eleição para presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues foi eleito com 120 votos. Fernando Negrão, o candidato da coligação governamental, acabou derrotado obtendo 108 votos. Houve duas abstenções. Fazendo umas continhas sabe-se que a Esquerda tem 122 votos, 86 parlamentares do PS, 19 do BE, 17 da CDU. A Direita, 107. Ou seja, o candidato do PSD e do CDS-PP conseguiu mais um voto do que aquilo que estava, à partida, garantido. Admitindo a existência de grupos parlamentares relativamente disciplinados, e também de vasos comunicantes, de onde terá vindo o voto a mais na Direita?

 

Depois, houve a eleição dos vice-presidentes do parlamento. Vota-se aceitando ou rejeitando os candidatos. Jorge Lacão, candidato do PS somou 122 votos, nem mais um. Todos os outros candidatos, até José Manuel Pureza, do BE, tiveram votos de aceitação de deputados da Direita. Apenas Jorge Lacão não obteve mais votos do aqueles que lhe garantiria a soma aritmética dos votos da Esquerda coesa e unida.

 

Nos votos à justa de Lacão, onde não se insinua qualquer trânsfuga, e no voto a mais de Fernando Negrão, não andará a participação de André Silva, o eleito do PAN? Que novidades trará a apresentação do Governo Passos Coelho-Portas?

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publicado às 20:09

Totós, quais totós?

por Tempos Modernos, em 05.11.15

Queixam-se da falta de acordo da esquerda, da demora de um mês em produzir resultados.

 

A mesma comunicação social que consegue emparelhar três apoiantes do Governo PSD-CDS/PP e da tróica no mesmo painel de comentadores e, de certeza, ainda fala em liberdade de imprensa, queria era ter estado este mês a fazer coisas giras com o conhecimento do acordo, do programa e com a opinião pública. 

 

O subdirector do Diário de Notícias recupera ainda a tese manifestada, este fim-de-semana, por Henrique Monteiro, ex-director do Expresso, num painel de comentário televisivo em que também participou: a de que a existência de três moções de rejeição evidencia um PS, um BE e uma CDU "incapazes de se entenderem" nos motivos da recusa do programa da Coligação de Direita e a sua incapacidade para suportarem conjuntamente um Governo. 

 

Empenhados em encontrar o pauzinho na engrenagem, misturam acessório e essencial. Em tempos de convergência, ignoram os sentidos da reafirmação de valores e convicções programáticas perante os eleitorados habituais. Monteiro e Saraiva passam por alto, como se não tivesse existido, a intencional e simbólica convergência na eleição do Presidente e da mesa da Assembleia da República.

 

De Monteiro é melhor não falar, mas Nuno Saraiva é mais sofisticado do que os argumentos que tem utilizado.

 

 

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publicado às 08:47

Foi birra, senhores?

por Tempos Modernos, em 06.01.13

Em 2011, depois de ter conseguido o apoio do PSD e do CDS-PP para lhe aprovar os PEC I, II e III, o PS foi enconstado às cordas pelos dois partidos que recusaram viabilizar também o IV Pacote de Estabilidade e Crescimento. Sócrates demitiu-se na sequência.

 

O facto ainda agora foi relembrado por Heloísa Apolónia, dos Verdes, na sequência da abstenção do PS na votação de uma proposta do PCP e do BE  para subir o salário mínimo. Só que, sobre esse facto, os socialistas montaram desde então uma manobra de justificação para consumo dos seus próprios eleitores: a de que os responsáveis pelo chumbo do PEC IV foram PCP, BE e PEV - que já tinham votado contra os anteriores pacotes - e não os partidos de direita que mudaram entretanto as três posições anteriores.

 

A deputado dos verdes respondia ao deputado do PS Nuno Sá que acusava os partidos à esquerda por se terem aliado à direita derrubando o governo de sócrates, aquele "que em Portugal mais subiu o salário mínimo". Não se percebe então muito bem o motivo pelo qual o PS se absteve agora na votação proposta do PCP e do BE sobre esse assunto.

 

Torna-se confuso que o partido seja com Sócrates o campeão das subidas do salário mínimo, como reclama Nuno Sá, para ser na oposição incapaz de votar contra a maioria governamental que rejeitou o aumento.

 

 

 

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publicado às 20:38


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