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Entregar o voto ao povo tem destas coisas.
O festival RTP da Canção bem organizou os habituais grupos de jurados distritais e das regiões autónomas. Presumo que todos bem escolhidos pela organização.
No Teatro Camões, onde também se votou, a assistência convidada estaria cheia de famosos, desses que tão bem representam o país.
Só que os telespectadores resolveram eleger como vencedora a canção dos Homens da Luta, em vez do tema escolhido pelos eleitos pela liga de amigos da organização do Festival.
Isabel Stilwell já tem mais uma ideia para um editorial lá no Destak – encalacrada que está de tempo entre uma entrevista à Flash, uma intervenção no Prós e Prós e um programa na RDP.
Ontem, no Público, a eterna Teresa de Sousa comentava os efeitos da revolta na Líbia com o mesmo tom cândido com que durante anos publicitou uma União Europeia de onde brotaria mel e maná. Imagina-se que concluirá coisas importantes com estes novos dados do Festival da Canção e suas consequências na Eurovisão.
Cintra Torres – que vê televisão com o apoio da grelha de análise criada por Adam Smith em Riqueza das Nações – escreverá mais coisas sensatas e informadas. São bebidas desses críticos de estômago revoltado quando na arte descobrem alguma ideia (ideia que não seja a deles, claro). Dirá que a coisa é musicalmente datada, que a letra é engajada, que o bigode e as patilhas são saloios e que o Sobe, Sobe, Balão Sobe é que era de um lirismo rigoroso e contido.
Marcelo, comediante de horário nobre em tirocínio para PR, e Ângelo Correia, padrinho político de Passos Coelho e que noutra encarnação foi ministro das polícias, apelarão à sensatez dos eleitores e mostrar-se-ão solidários com os Homens da Luta, os Deolinda e as gerações à rasca.
(*) O título é uma citação de Sílvia Alberto
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