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Num desses blogues de assessores políticos que pululam pela internet e que permitem trânsito fácil para o publicismo remunerado em órgãos de comunicação social, tenta desvalorizar-se Felisbela Lopes invocando os seus argumentos ao abandonar o grupo de trabalho para a RTP: A ausência da informação como estruturante do serviço público.
Pergunta alguém, por que motivo os defensores do serviço público de informação apenas o concebem vocacionado para a televisão - assim alçada a um meio à parte dos restantes.
Generalizar a ideia é obviamente uma falsidade (até por se esquecerem da Antena 1 ou da Lusa) mas há quem considere intelectualmente honesto argumentar nas águas chocas da falácia. Ou isso, ou acha que os outros são parvos, hipótese a não excluir.
Quanto a Felisbela Lopes não sei, mas há quem defenda a existência de outros órgãos de informação públicos. A informação é um Direito Humano, daí decorre até a forma como vem plasmado o acesso a ela na Constituição, mesmo após sucessivas revisões.
No actual estado económico e no mercado português, a informação pública seria a única com condições de sobreviver livremente à medíocre e excessiva preocupação com a publicidade e à obsessão com o sensacionalismo e o sound bit. Até por já se ter visto quem manda mesmo nos governos.
Claro que teria de ser afastada da tutela dos torquemadas de serviço (sejam eles os relvas, os santos silvas ou outros controleiros governamentais), evacuando as domesticadoras precariedade e abissais diferenças salariais, colocando-a talvez sob supervisão plural do parlamento.
Os sacrossantos critérios editoriais e jornalísticos servem excessivas vezes mais para condicionar ângulos e perpetuar preconceitos próprios do que para procurar as inalcançáveis categorias da isenção, rigor e verdade noticiosas. Por definição, um jornalista não é criticável e nunca dá o braço a torcer. Só tendo gente de todas as cores, feitios e medidas, em todos os cargos e funções, se pode tender para algo que gere a confiança dos leitores e telespectadores.
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