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Os mesmos jornais que usam expressões como colaborador em vez de trabalhador ou emagrecimento em vez de despedimento, estigmatizam algum tipo de linguagem que consideram velha e relha.
Como lembrava há tempos, na Visão, Ricardo Araújo Pereira, um dos mais lúcidos analistas políticos da praça, "um insulto na boca dos credores é realismo económico, na boca dos devedores é primarismo económico". "Os mercados além de deterem o capital financeiro, detêm ainda o capital semântico. Tudo que seja capital eles açambarcam", dizia ainda.
Medeiros Ferreira, cuja prosa é habitualmente temperada pela ironia breve, compacta e eficazmente cirurgica, também já se lança nos terrenos do comentário explícito. O pretexto são as questões lançadas no manifesto que esta semana co-assinou: "São temas de outras eras como despudoramente ouvi repetir ao longo do dia pelos modernaços do comentário? Quem dera... "
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