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Depois de 48 anos à espera que a Ditadura caísse, Portugal recebeu a revolução com cravos e com a poesia na rua. Acreditou-se que não voltaríamos atrás.
Doze anos depois, com a entrada na CEE, parecia que era sempre a crescer. Que a vida era fácil, como diz o outro assobiando para o lado.
Ao longo de quase um século, o país passou incólume pela ideia de que a História tem retrocessos. Nunca fez o luto das ideias iluministas de progresso como o fizeram os europeus das duas guerras mundiais.
Pensou-se que a prosperidade viera para ficar. Que a liberdade também. Mas este ano, de 2011, qualquer semelhança entre o governo da União Europeia e uma democracia foi pura coincidência. Viveu-se já em pós-democracia.
Os mais atentos sabem que a coisa já aí anda há muito, larvarmente, mas a agora, a insuspeita The Economist fez tinir o alarme. De acordo com a classificação da revista, Portugal deixou de ser uma Democracia Plena. Passou a ser uma Democracia com Falhas, muito por conta do mandato da troika e das perdas de soberania associadas ao colapso eminente da zona Euro. Outros países se lhe seguirão.
E se entre os responsáveis eleitos, não se vê quem deite mão a isto, os eleitores não parecem tão preocupados quanto a situação exige. Talvez caiam em si quando a reposição da democracia tiver de ser feita a doer. Conheço muitos com quem não se vai poder contar.
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