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Algo não bate certo no discurso de Cavaco sobre os seus rendimentos.
Questionado pelos jornalistas sobre se sabia se ia receber do Banco de Portugal os subsídios de Natal que foram cortados aos restantes servidores do Estado, regressou ao choradinho sobre as suas reduzidas reformas.
Primeiro explicou que leva mensalmente para casa cerca de 1300 euros, resultantes de quase 40 anos de descontos como professor universitário e investigador da Gulbenkian. E aqui começam as dúvidas.
O valor que apresenta equivalerá à ordem de grandeza de um quarto de vencimento de um professor do ensino superior no activo. Parece uma diferença excessivamente grande. Ninguém lhe perguntou a que se deve a substancial variação.
Referiu ainda que a reforma proveniente do Banco de Portugal, que o deixam acumular com a de professor, equivale ao nível 18 salarial da instituição, seja lá isso quanto seja.
Depois, explicou que prescindiu da acumulação com o salário do presidente da República, e que apenas recebe as reformas. Esqueceram-se de o lembrar que prescindiu do salário quanto mais não seja por uma lei de Sócrates o obrigar a fazê-lo e não exactamente num acto voluntário.
Também se esqueceu de explicar que optou pelas duas reformas, que atingem um valor superior ao do salário do Presidente da República, e sobre as quais, previsivelmente, já não terá de fazer descontos para a segurança social.
Acrescentou ainda que as duas reformas não lhe chegam para as despesas a que tem de fazer face e que o que lhe vale são as poupanças que apesar da miséria por que sempre passou foi fazendo com a mulher, outra desgraçada pensionista. E nem sequer se lembrou de referir o esforço que teve de fazer em investimentos na bolsa.
Sabe-se que Patrícia e Bruno Cavaco Silva estão há muito criados e que o simpático casal de reformados terá residência própria. Comerão (pelo menos o cabeça de casal - é assim que ele se vê, não sou eu que o digo) bastas vezes num palácio lá para Belém. Imagino que não lhes cobrem a senha da refeição. Vão buscá-lo e levá-lo a casa de carro, pelo que nem terá grandes despesas com o passe social.
Cavaco está sempre a lembrar que os portugueses viveram acima das suas possibilidades. No que me toca, eu cá nunca dei por nada, mas pelos vistos o casal Silva sabe do que fala. Se um vencimento superior ao do Presidente da República não lhes chega para a despesa, algo vai muito mal no modo como se meteram em certas e determinadas despesas.
Nota: A foto mostra o casal Cavaco Silva numa festa organizada pelo Centro de Dia do Possolo, acho eu.
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