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Decididamente, a PSP tem pouca percepção acerca do que é a essência do trabalho jornalístico. Em Dezembro, um porta-voz da instituição enviou um mail a redacções pedindo aos jornalistas para ajudarem a condicionar magistrados.
Desta vez é um comunicado onde se apela aos jornalistas para se colocarem "sempre do lado da barreira policial que os separa dos manifestantes em geral". O pretexto é a agressão aos repórteres-fotográficos José Sena Goulã, da Lusa, e Patrícia Melo Moreira, da France Press, mas também podia ser a detenção do freelancer Eduardo Martis na greve de Novembro, quando fotografava as escadarias do parlamento.
Argumenta ainda a Polícia que os jornalistas devem andar identificados - leia-se trazer a identificação em lugar visível - o que parecendo razoável a alguns, em certas circunstâncias, acaba por, na prática, constituir mais uma desculpabilização da carga da PSP e para, em muitos casos, dificultar o trabalho jornalístico. Até porque Eduardo Martins e Sena Goulão se identificaram e foram ignorados.
Mesmo que o corpo de intervenção tenha reagido ao arremesso de chávenas e cadeiras a agentes seus, não se percebe a aparente desproprocionalidade de meios. A PSP terá distribuido bastonadas mesmo em quem estava no passeio a tirar umas fotografias. Ou isso ou Patrícia Melo tinha acabado de se levantar do seu lugar na esplanada da Brasileira e ao derrubar o copo de água acabou confundida com um manifestante.
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