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Obviamente, tenho um lado claro na questão da Lei Laboral. Da mesma maneira que o têm jornalistas e editorialistas publicados que garantem a pés juntos não o ter e que se asseguram equidistantes e objectivos.
Conheço demasiado bem os critérios que levam um trabalhador a ser muito ou pouco apreciado. E a qualidade está longe de estar no topo da lista. Nos jornais também.
Este Governo (como o do PS com Vieira da Silva ou com António José Seguro) acusa PCP, Bloco e PEV de estarem agarrados a ideias do século XIX. Pouco importa a evidência factual de que a monumental regressão laboral seja efectivamente levada a cabo pelos que fazem a acusação. Pouco interessa que todos os dias, apesar das sucessivas reformas, os números do Desemprego provem como é flexível o mercado laboral português. E os ditames da tróica não justificam tudo. Não se consegue perceber em que medida a facilidade de despedimento prejudica o défice público, intocável divindade dos tempos que correm.
E, no entanto, dir-se-ia que os partidos acusados de estar parados no século XIX estão presos a uma ideia ainda mais antiga: Aquela de que os seres humanos têm de comer, de vestir-se, de se educarem, de ir ao médico, de morar em algum lado.
Como, para sobreviver, a maioria de nós vê-se forçado a trabalhar - o que sucede também com as empresas, embora se veja muitos empresários absolutamente convencidos de que produzem sozinhos - não há como não dar poder aos empregados.
Não existe a mínima hipótese de procurar o equilíbrio numa relação contratual, quando todo o poder é dado a uma das partes. É o velho rifão: "Queres conhecer o vilão? Mete-lhe o pau na mão." Podia dizer que não tem de ser assim. Talvez seja verdade. Infelizmente, conheço demasiadas provas do contrário. Até na pele.
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