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Acabe-se com os subsídios de Férias e de Natal, disse Peter Weiss um desses funcionarios da Comissão Europeia e da Tróica, tecnocrata, austríaco, com alma de porteiro de discoteca, uma classe sempre disposta a mostrar como a função que exerce lhe dá grande poder.
Passos Coelho - que em tempos execrara os avanços e recuos de Sócrates e que mesmo assim cortou o 13º mês quando prometera não o fazer - veio pôr água na fervura. Que não, que os subsídios regressarão em 2015. Pouco interessa que tenha dito antes que se tratava de uma medida para 2012 e 2013.
Atentai que é o mesmo Passos Coelho que tão aplaudido foi quando no último Congresso do PSD garantiu que este ano não haverá subsídios para os funcionários públicos. Aplaudiram-no delegados e aplaudem-no ainda os cidadãos. "Se Ele não fosse um malfeitor, não to entregaríamos", pensa mais uma vez a multidão, desta feita com o olho nos empregados do Estado e não num inocente colocado nas mãos do governador romano.
As cada vez mais raras sondagens vão mostrando como muitos portugueses ainda acreditam na boa-fé dos partidos que elegeram para o Governo. Não tenciono ir a votos. Escuso de jurar sobre a inteligência do eleitorado. Estão aí à vista os resultados de mais de 30 anos de eleições.
Diga o que disser, o objectivo de Coelho é acabar com subsídios. Todos. Não apenas os da Função Pública.
A ideia de diluir o seu pagamento ao longo dos meses justifica-se com a ideia de que pertencendo de direito ao cidadão este deve dispôr do dinheiro que lhe é devido na altura em que o entender. Justificam-se ainda pela simplificação das mexidas de caixa.
São argumentos sensatos, parece. Nada mais falso. Será apenas mais fácil diluí-los na contabilidade das empresas, entre compensações extra, despesas com refeições e outras verbas variáveis. Ao fim de escassos anos os subsídios terão sido varridos, devorados pela inflação e pelas actualizações salariais que se esqueceram de os contabilizar como um direito. Depois falamos.
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