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À primeira audição, o contagioso Virou!, dos Diabo na Cruz, tem em Roque Popular um sucessor não particularmente entusiasmante. Mas, também, que querem?, o primeiro álbum era um prodígio de hits. Cada faixa, cada single.
Em Roque Popular, o humor e a fluência das letras são, o mais das vezes, comidos pela dicção de Jorge Cruz. A barreira elétrica não reforça mas abafa. O pior é que, no mundo da tradição, a palavra é importante.
Agora, já sem Bernado Fachada no elenco oficial, os Diabo na Cruz ensaiam o périplo nacional. Sem o tom de festa de Virou!, os temas viajam pelo país, convocados pela Serra da Estrela, Viana do Castelo, Alfama ou Idanha.
Subsiste a naturalidade de refrões como "E se o teu pai não aceita, desconfia, do que eu tenho para te dar/Ele que saiba que eu trabalho, todo o dia, pelo roque popular". Versos apontados à crise, como "Ir para angola pode mesmo ser a salvação". Porém, o tom geral é baço, quase equalizado, um conjunto de lados B, sem pontos altos que se intrometam.
Honesto, Roque Popular não envergonha, mas também não sequestra as almas. Desejava-se mais deste segundo round da banda. Bem necessitado se anda de catalizadores artísticos.
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