Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
E suecos também não.
Alemães não querem emprestar dinheiro para o fundo de resgate português.
Fontes próximas de Fernando Nobre, dizem que o clínico e fundador da AMI foi contactado por vários partidos. PS, CDS e BE disseram logo não ter havido convites. Ambas as partes podem estar a dizer a verdade, mas misturam alhos com cabeças de alfinetes.
Dos partidos parlamentares, só o PCP não se deu ao trabalho de comentar a integração de Nobre nas listas laranjas. Será por ser o único que nunca foi apoiado pelo médico para coisa nenhuma e não ter por isso necessidade de o sacudir do inoportuno convívio?
Segundo nova sondagem da Intercampus para a TVI, 81,2 por cento dos eleitores portugueses são a favor dos cortes salariais e nas pensões, aumentos da idade de reforma, despedimentos facilitados e na função pública, mais recibos verdes, privatização das empresas públicas que restam, fim de apoios sociais e pelos cortes na Saúde e Educação.
Apenas 15,7 por cento são contra estas medidas.
Sobre os 3,1 por cento que restam para completar a totalidade dos votos expressos nada encontrei. Imagino que seja gente que se está marimbando para o que acontecerá desde que o FMI tenha mamas grandes*.
*Com a devida vénia a Sir Humphrey
Em 2002, Ferro Rodrigues, em entrevista ao El País, pouco antes das legislativas em que seria derrotado por Durão Barroso, acusou o PCP pela queda do Governo de Guterres. Que tinham votado contra leis positivas e que não tinham aprovado orçamentos do PS. Nesses tempos, dos dois governos minoritários de António Guterres, os orçamentos foram aprovados sucessivamente, e por exemplo, por coligações (e nalguns casos abstenções) com os deputados madeirenses do PSD ou com Daniel Campelo e seu queijo limiano, do CDS.
Agora, transformado em flor esquerdista na lapela de Sócrates, que o manteve convenientemente afastado na OCDE, Ferro Rodrigues aceitou ser o cabeça-de-lista do PS por Lisboa. Os socialistas recuperam a narrativa e Ferro Rodrigues está mais uma vez nesse epicentro. Depois de seis anos de Governo, convergindo e aprovando orçamentos com a Direita, no PS pisca-se o olho ao voto útil dos eleitores de Esquerda. Acusa-se o PCP e o BE de impedirem convergências.
Desde que governa em minoria, o PS tem a desculpa da estabilidade para recorrer aos apoios do PSD e CDS para ver aprovadas iniciativas parlamentares. Sempre pode acusar Bloco e PCP de não colaborar.
Menos congruente é que antes, em maioria, os socialistas tenham encontrado quase sempre – é fazer as contas – os mesmos parceiros. Nos primeiros quatro anos de Sócrates, qualquer colaboração era desnecessária.
Teriam sempre as iniciativas aprovadas apenas com os seus próprios votos. Não precisavam para nada do PSD ou do CDS-PP e escusavam de dizer que só a intransigência dos bloquistas e comunistas os fazia violentar o seu ADN de Esquerda.
Manuel Alegre é outra louça, diferente de Ferro Rodrigues. E volta a estar ao lado do partido de (quase) sempre. Nos momentos cruciais foi o que sempre fez. Palpita que não por qualquer calculismo político seu - não parece capaz disso - mas antes por calculismo do partido. Os vaidosos têm o defeito de cair com poucas cantigas.
A capacidade de Fernando Nobre para conviver com a crítica é evidenciada pelo apagão na sua página oficial no Facebook.
Mau presságio para quem deseja ser presidente da Assembleia da República, um cargo de moderação. Possivelmente, mais uma machadada séria na credibilidade conquistada pelo fundador da Assistência Médica Internacional
O PSD também se sai mal. Desde os tempos de Cavaco, o partido pôs sempre à frente dos destinos do Parlamento figuras que dignificaram o cargo, como Fernando Amaral ou Mota Amaral. Os presidentes do PSD foram sempre capazes de se distanciarem do partido que os elegeu e dos anseios autoritaristas de socialistas como Almeida Santos ou Jaime Gama.
Há uma estranha tendência portuguesa para votar nos candidatos a primeiro-ministro como se fossem melões por abrir.
Em cada ciclo político, alguns portugueses acreditam que aqueles que estão na oposição (PSD/CDS ou o PS) salvarão o país dos dislates dos primeiros-ministros em funções. Outros estão piamente convencidos que os que já governam (PS ou PSD/CDS) subitamente irão passar a governar de maneira diferente.
O hábito veste todos os processos eleitorais. Aparentemente kitado por Mário Soares, Fernando Nobre assumiu-se, nas últimas presidenciais, como candidato independente dos partidos.
Usou como principal arma de combate político o facto de ter realizado cirurgias debaixo de fogo, em Beirute, em 1982, e outros candidatos não.
Nos últimos anos já se assumiu como monárquico, apoiou Durão Barroso (o da intervenção no Iraque), foi mandatário do BE para o Parlamento Europeu, esteve com António Costa para a Câmara de Lisboa e há dias tinha elogiado Passos Coelho.
Só se admira com este encabeçamento das listas de Lisboa do PSD - a ver se abicha o lugar de segunda figura do Estado - quem anda muito distraído ou tem da política um ponto de vista futebolístico. Do ponto de vista da consistência ideológica, Nobre é uma gelatina. E isso não se recomenda num político com que se possa contar.
Quem o ouve defender na televisão os cortes que fez na Saúde, defender mais medidas restritivas; e a extinção de hospitais, maternidades e urgências deverá deve espantar-se com o sentido de voto do ex-ministro do PS, Parlamento Europeu ?
A dignidade do digníssimo representante do Povo é mais importante do que o bem-estar das populações.
Correia de Campos substituiu Manuela Arcanjo à frente do Ministério da Saúde. A então ministra demitiu-se, entre outros motivos, por recusar o caminho de entrega à gestão privada do Serviço Nacional de Saúde, que o Governo liderado por António Guterres queria iniciar (e iniciou com Correia de Campos).
(Na Foto: Uma recente posição política do ex-ministro de Guterres e de Sócrates noticiada pelo jornal i)
Há uns três anos que procuro debalde as Canções Heróicas na FNAC e no El Corte Inglés. Aparentemente regressaram à clandestinidade.
No calor da febre que me alaga toda a fronte
Sinto o gume frio da navalha até ao osso
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
E a luz do sol a fraquejar no horizonte
Já desfila trémulo o cortejo do passado
Que me deixa quedo, surdo e mudo de pesar
Vejo o meu desgosto na beleza do teu rosto
Sinto o teu desprezo como um dardo envenenado
Morro Morro No altar de ti
Morro Morro No altar de ti
Sopra forte o vento na fogueira que arde em mim
Sinto a selva agreste nos batuques do meu peito
No cruel caminho em que me lança o desespero
Sinto o gelo quente do inferno do meu fim
No calor da febre que me alaga toda a fronte
Sinto o gume frio da navalha até ao osso
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
E a luz do sol a fraquejar no horizonte
Morro Morro No altar de ti
Morro Morro No altar de ti
Morro Morro No altar de ti
Morro Morro No altar de ti
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Sinto o cão da morte a bafejar no meu pescoço
Morro Morro No altar de ti
Morro Morro No altar de ti
Morro Morro No altar de ti
(Adolfo Luxúria Canibal / Miguel Pedro)
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.