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Perdas de tempo

por Tempos Modernos, em 20.05.12

O novo Caso Relvas não tem muito que saber. Não há ali nada que a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) possa resolver.

 

É a palavra da editora de um jornal, que terá recebido ameaças insustentáveis numa democracia, contra a palavra de um ministro, que alegadamente terá feito as ameaças.

 

Confrontado, Miguel Relva apressou-se a enviar uma série de documentos para a ERC. Neles queixa-se do trabalho da jornalista. No limite é legítimo, mas não é isso que está em causa. Embora seja isso que, ao longo do fim-de-semana, várias personalidades do PSD têm tentado fazer acreditar, nas televisões, nos jornais, na blogosfera. Tal como não é está em causa um conflito entre a direcção e a redacção do diário.

 

As questões são simples. Miguel Relvas ameaçou embargar todo o envio de informação governamental ao Público? Só ele e a editora de política do jornal saberão. O ministro da Presidência ameaçou realmente divulgar na internet dados sobre a vida pessoal da jornalista Maria José Oliveira? Só duas pessoas conhecem a verdade.

 

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publicado às 20:45

 

 

"O social-democrata [Vírgílio Macedo] destacou também que «ninguém vai imaginar que existiram pressões sobre os jornalistas» até porque estes não são «susceptíveis de sofrer esse tipo de pressões, porque têm um código de ética que não lhes permite»."

 

Já que o líder do PSD-Porto acha que aquilo que disse é argumento, talvez devesse lembrar-se que o Código Deontológico também não permite que um jornalista minta. Enfim, alçapões e contradiçõezitas do argumentário político instantâneo e pronto a vestir.

 

(Via Jugular)

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publicado às 10:21

Teorias da conspiração (& Exageros*)

por Tempos Modernos, em 20.05.12

 

Sobre o sítio onde Relvas obteve alegada informação sobre a vida privada de um jornalista para a publicar há quem se questione e há quem acuse.

 

Acredito que exageram. O ministro adjunto sempre cultivou as relações com os jornalistas. Cheguei a vê-lo na São Caetano à Lapa, rodeado de vários, gargalhando todos. Ruidosos, barulhentos, como velhos camaradas, a linguagem de caserna, desbragada.

 

São daquelas coisas que aproximam as fontes, diz-se.

 

Possivelmente, Relvas terá apenas recorrido ao arsenal de má-língua, de rumores e histórias mal-contadas que contaminam as redacções. Também nunca ninguém disse que primasse pela elegância. E, no entanto, já devia ter feito o que há a fazer.

 

Felizmente em Timor, Sua Excelência tem escassa moral para exigir a demissão de alguém por uma situação ligada ao condicionamento de jornalistas. Só que Passos Coelho não tem grande margem de manobra.

 

Mais facilmente será destruído nos jornais por isto que por erros na condução da crise. E logo à noite, Marcelo falará. E não se esqueçam que está, há muito, em pré-campanha para Belém.

 

 

 

* Pilhado do título de uma antiga coluna jornalística.

 

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publicado às 09:46

Spin doctorzice

por Tempos Modernos, em 20.05.12

 

Por muita razão que o Conselho de Redacção da RTP-Açores possa ter*, surgir nesta altura com uma acusação destas tresanda de tal maneira a encomenda que só os mais sectários militantes laranjas usarão o comunicado como argumentário.

 

A altura é oportuna. A empresa tutelada** pelo condicionador ministro Relvas vem acusar um governante socialista, partido rival, de também condicionar.

 

Parece esgotar-se nestes jogos de equivalências especulares a inteligência dos spins nacionais, dos dos gabinetes dos ministros, dos nos órgãos de comunicação social, numa lógica de libertar informação delicada em modo contra-fogo. Sai uma coisa má sobre um, logo sai algo semelhante sobre o outro.

 

Naquele Conselho de Redacção, ninguém percebeu a situação delicada em que se meteu ao chamar a atenção para isto apenas agora?

 

 

* Pelo que se apanha na imprensa não parecem ter um caso da dimensão do de Relvas, de chantagem e ameaça. As habituais discordâncias sobre critérios editoriais – sempre dúbios -  e sobre ângulos jornalísticos tratados com maus modos e falta de tacto por detentores do poder.

 

** O Grupo de Trabalho nomeado por Relvas para o serviço Público de Televisão tinha sugerido a extinção da RTP-Açores. O caso demonstra antes que os poderes executivos têm de ser afastados da tutela. A existência de um serviço público de informação faz todo o sentido. Pouco me interessa o que patrões do privado ou directores digam sobre o assunto. Enquanto jornalista defendo o direito à informação e não quotas de mercado.

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publicado às 09:22


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