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Ao ler Christine Lagarde, os mais distraídos acharão que a senhora dirige uma dessas organizações humanitárias que contribuem para o desenvolvimento africano..
E das duas uma. Ou a directora-geral do nada virtuoso FMI descobriu uma vocação tardia de Miss Universo ou deixou-se contaminar por José Manuel Barroso, o seu correligionário dos cartazes "Nem mais um aeroporto para a Ota, enquanto em Portugal houver uma criança sem leite com chocolate".
Mas nem sequer é isso o mais divertido.
Partidária da vitória da Nova Democracia ou do PASOK, Christine Lagarde faz bem em hostilizar os gregos. Sobranceria, arrogância e ingerência são os argumentos mais atraentes quando se quer chamar eleitores para o nosso lado.
Força, Christine, força.
João Proença dirá o que quiser sobre salários, como aliás tem dito de outras vezes, mas a assinatura responsável no acordo de concertação social contribui objectiva e directamente para a compressão salarial e para agravar desigualdades.
Além de falha de imaginação no baptismo, suscita dois reparos a ideia de criar uma moeda chamada Geuro, como segunda divisão do euro para usar na Grécia.
Primeiro. Em tempos de forte crise monetária, o prefixo G sugere a ideia fácil de que a Grécia é o ponto geográfico que estimula a Europa.
Segundo. a Alemanha mostra poderosa vocação colonial.
À alminha bárbara que teve a ideia não ocorreu que a língua que se ouve na Grécia é o grego. E que, em vez do G, talvez os locais gostassem de usar a inicial do seu próprio nome, na sua própria língua, para a designação da moeda que correria nas ruas da Ática, Peloponeso e arredores.
Ἑλλάς, diria eu.
Ainda por cima, usando outro alfabeto que não o latino, os gregos teriam de usar a sua letra gama, γ, para grafar o nome da nova moeda. Entre conjugações diversas, do gamar à gamada, a Alemanha não sairia beneficiada.
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