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A Nova Democracia é aquele partido que enquanto foi Governo se entreteve a aldrabar as contas do Estado grego com a ajuda de uma célebre consultora da praça.
Depois disso, esticou a corda - no jogo político, há quem pouco se importe de espalhar pobreza e sofrimento - até regressar ao poder, com forte pressão europeia. O país ainda está mais destruído, mas isso que importa? Não matou Medeia seus filhos?
Não foi na Grécia que se inventou a tragédia? Cumpridos os desejos dos humanos, há que os castigar. Há destinos a que ninguém foge.
Os nossos vizinhos ibéricos, com aquele ouvidinho abençoado para as línguas que Deus Nosso Senhor lhes deu, resolveram que um golo dedicado por Cristiano Ronaldo ao filho - que nesse dia fazia dois anos - era afinal uma provocação a Messi.
Onde o jogador madrileno disse "Para ti", jornalistas espanhóis leram "Messi".
De qualquer forma, já se viram notícias menos fundamentadas sobre assuntos bem mais interessantes.
Neste segundo curso, infelizmente bolonhizado, mas feito por prazer intelectual, perde-se demasiado tempo com trabalhos e testes.
Quase não fica tempo para aprender a matéria. Apesar da média, tenho dúvidas quanto ao que realmente sei sobre as disciplinas.
Eficácia e pragmatismo não são conhecimento.
A aprendizagem longa da engenharia e a década de superficialidade jornalística vincam esta convicção.
Medeiros Ferreira, que há tempos via em Cavaco um último reduto de razoabilidade contra a austeridade, já apregoa o homem como um Presidente "fraquinho".
Cavaco nem sabe o que lhe vai cair em cima por recusar receber os cartões postais em defesa da maternidade Alfredo da Costa.
Não acerta uma. Segue tão na mó de baixo que a sua saída de Belém arrisca-se a dar festas na rua. Com foguetes e tudo.
Até porque não dá para contar com a lisura da maioria (aqui e aqui) que aos princípios diz nada.
E ainda por cima, na oposição, os dois partidos parecem sempre os campeões da liberdade de imprensa.
Este resultado, dividido por cores partidárias, é um duro golpe na credibilidade que apesar das críticas Azeredo Lopes tinha construído para a Entidade Reguladora para a Comunicação Social.
O que era óbvio, desde o início, é que palavra contra palavra, seria impossível apurar que o ministro tivesse ameaçado de revelar na internet factos sobre a vida privada da jornalista Maria José Oliveira ou promover um boicote governamental em relação ao Público.
E, no entanto, que motivos teriam os jornalistas para inventar a conversa e as referidas ameaças? E se nada havia de relevante no caso das secretas e da relação de Relvas com Jorge Silva Carvalho porque motivo teria o ministro sentido necessidade de ir a correr telefonar aos chefes da jornalista?
Relvas prossegue em campo, mas francamente lesionado.
Em tom histriónico, Paulo Portas anunciou, em Versalhes, que Joana Vasconcelos é "genial, internacional, tradicional e empresarial".
Empresarial talvez seja o termo adequado à obra recente. A artista descobriu um nicho de mercado que repete à exaustão, de modo industrial, sem especial originalidade ou rasgo. O espetacular ruidoso cruzado com o dejá vu. Mesmo que vá a Veneza.
Pena. Com Sofá Aspirina, de 1997, e Cama Valium, de 1998, parecera promissora.
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