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Ignoro quem pagou a barragem de Castelo de Bode ou o Hospital de São José. Quando cá cheguei já eles funcionavam e ainda hoje prestam serviço às populações. No caso do hospital, já há muito morreram os que o edificaram.
Tanto tempo depois, sendo neto (nem sei em que grau) dessa gente, continuo a recorrer às obras pagas por eles.
Assim como os filhos e netos dos alemães continuarão a lucrar com o dinheiro da venda de submarinos aos portugueses e gregos actuais (e aos seus filhos e aos seus neto), com os lucros dos juros usurários à la Dona Branca garantidos pela Finança Alemã, com a reunificação paga também pelos preguiçosos e desorganizados países do sul ou com o alargamento aos mercados e mão de obra de Leste.
Desfazer um preconceito é difícil. Pior é desfazê-lo quando a realidade e os argumentos racionais encontram pela frente uma parede de egoísmo e burrice bem mediatizada. No último século, os alemães já destruiram a Europa por duas vezes. Em Eichmann em Jerusalém, Hannah Arendt falou sobre essa culpa colectiva. Rainer Werner Fassbinder fez o mesmo nos seus filmes todos. O racionalismo local parece ter-se extinguido antes de Bismark.
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