Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
(Foto: sol.sapo.pt)
Bem antes de Juan José Millás ter escrito Un Cañon en el Culo já se tinha referido por cá [Atenção que a imagem é bastante violenta e pode ferir susceptibilidades] que por ameaças menores do que a da tróica muitos países tinham partido para a guerra
Aguiar Branco pode sempre acusar comentadores de constituirem uma ameaça à segurança nacional. Haverá comentadores que consideram o Governo a que pertence mais rápido e eficaz a destruir Portugal que uma hipotética ameaça externa.
Ontem no Sindicato dos Jornalistas, entre outras questões, discutiram-se "despedimentos, encerramentos de publicações, falta de mobilização da classe, trabalho precário, estágios gratuitos, a proliferação das agências de comunicação ao mesmo tempo que diminuem o número de jornalistas ou os requisitos para o acesso à profissão".
Ninguém na Comunicação Social - da intocável casta directiva ao sítio mais fundo da cadeia alimentar - ignora que os tempos estão duros e que os jornais vendem cada vez menos. Ou que associada, a tudo isso, anda uma inevitável perda de postos de trabalho.
Mas colocar a venda de jornais como factor determinante para os jornalistas e o jornalismo exercerem a sua independência é varrer para baixo do tapete os atentados diários a essa liberdade.
Refraseando o que diz Baldaia, também nem todos dão por adquirido que rigor e isenção estejam garantidos só por os cargos de direcção e edição andarem entregues a "pessoas com carteira profissional de jornalista".
O excesso de voluntarismo histriónico de Paulo Portas bem podia conter-se dentro de portas.
À solta no Pequeno Jogo diplomático mantém tiques inaproveitáveis. E de consequências trágicas.
Mobilizar uma navio de guerra para acorrer ao golpe de Estado de Abril, na Guiné-Bissau, provocou na ocasião a debandada de populações com receio de uma invasão pela antiga potência colonial e tropa da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).
Desde então, instalou-se a má-vontade para com os portugueses. Num país onde o rumor e o boato têm papel importante, tem um significado óbvio exibir fotografias do alegado comandante do ataque a um quartel em Bissau na semana passada envolto na bandeira portuguesa. A resistência a um inventado inimigo externo ajuda a cerrar fileiras. E a justificar barbaridades e golpes anti-democráticos em que a política guineense tem sido fértil.
Em simultâneo, fica em risco a comunidade portuguesa que o ministro dos Negócios Estrangeiros disse querer defender com a mobilização da fragata. Foi Portas que os pôs a jeito e lhes ofereceu o pescoço.
Nas últimas semanas, o ministro dos Negócios Estrangeiros tem tentado fazer-se a um futuro na política nacional. Se não for numa coligação com o PSD, poderá ser numa coligação com o PS. Mas a este nível, a irreponsabilidade e o aventureirismo deviam pagar-se caros.
Primeiro estoura-se o dinheiro em juros, depois diz-se que não é possível pagar o resto das coisas.
Com a aplicação do Orçamento de Estado 2013, ainda aprofundará mais esta ideia.
A de rebentar de vez com Portugal para depois não haver alternativas.
A mentir ao hospital para ter pensos à borla.
Em conferência de imprensa, Mota Soares fez que recuou, mas não recuou.
O truque é velho: anuncia-se que se vai cortar um braço para depois cortar só o antebraço.
Em princípio, a candidatura de José Castelo Branco à presidência da Câmara de Sintra será um não-assunto.
Mas servido e destacado pelas secções rosas da imprensa, corre riscos de se tornar assunto.
Para já anunciou o ódio aos partidos e a sua primeira proposta é do foro do racismo: acabar com as lojas chinesas em Sintra.
(Foto: dn.pt)
Baixar o subsídio de desemprego e cortar o Rendimento Social de Inserção e o Complemento para Idosos são um corte de despesas. No fundo, são a resposta previsível à insistência do CDS-PP na necessidade de cortar nas despesas em vez de subir os impostos.
Tal como como a Taxa Social Única, será Pedro Mota Soares, antigo secretário-geral dos populares, a executar estas medidas. Medidas cuja elaboração terá de ter passado por ele. Paulo Portas não pode fazer de conta que o seu partido nada tem a ver com elas.
Se Paulo Portas fosse o génio político que se julga, teria deixado a pasta da Solidariedade para o PSD. Era previsível que se chegasse aqui. E não era preciso ouvir os comunistas e bloquistas. Bastava ler Krugman e outros prémios Nobel da economia.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.