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Na Sic-Notícias passa uma peça sobre intervenções de Gaspar durante as moções de censura e sobre as declarações de Paulo Portas.
Crítica, pejada de adjectivos, apartes e inuendos. Apreciações que, no essencial, considero correctos.
Só há um problema: aquilo não era uma peça de comentário.
Esperava que a TVI 24 acompanhasse em directo o designado Congresso Democrático das Alternativas, tal como acompanhou uma iniciativa sobre Portugal daqui a 30 anos organizada por uma fundação ligada a um supermercado.
Mas há movimentos sem relevância jornalística.
Cavaco falou sobre Educação, numa cerimónia escondida no pátio dos fundos no edifício da câmara municipal de Lisboa, depois de se hastear a bandeira nacional a fazer o pino.
Já tudo lhes passa ao lado.
Por questões de segurança - leia-se, medo de ser apupado -, Cavaco falha a habitual intervenção presidencial a partir da varanda da câmara de Lisboa. E em Belém, o povo também é para ficar à distância.
Em simultâneo, Passos Coelho vai a Bratislava participar num tal grupo dos países amigos da coesão, um clube europeu do qual basta ouvir o nome para lhe entender o grau de eficácia.
Quem achasse que o fim deste feriado se devia à necessidade de aumento de produtividade do país, tira aqui a prova dos noves. Se assim fosse, se Passos Coelho respeitasse a data, assinalar-se-ia este momento fundador do regime no ano em que previsivelmente se celebra pela última vez.
De qualquer forma, é bem provável que para o ano o 5 de Outubro já esteja reposto. A não ser no caso em que se passe primeiro por uma experiência de Bloco Central, terá de ser uma das medidas simbólica de quem suceder a este governo.
Uma intervenção miserável que consegue encontrar apoiantes nas caixas de comentários da blogosfera.
(Foto: Abutre no Estúdio, de João Onofre, em http://www.drawnbyreality.info/vulture.html)
O Brasil em Portugal, que decorrerá ainda em 2013, tem em Portugal no Brasil o contraponto tropical.
Só que se o Brasil optou por mostrar a sua cultura na antiga metrópole, Portugal preferiu mostrar por lá uma face empresarial.
Sorte portuguesa, azar brasileiro. É que Camões, Pessoa e Oliveira, sem ir mais longe, e para ficar só pela desmesura super-heróica, são produtos de luxo, bens exportáveis de grande valor transacionável.
Já as empresas portuguesas têm bem mais que se lhes diga. E não será no actual quadro de regime, com figuras como Pacheco Pereira arvoradas em intelectuais orgânicos, que se conseguirá perceber a importância da Arte e da Cultura para a promoção do país e para a criação de riqueza.
Se se imagina um estrangeiro que ao engano visite Constância para seguir os amores de Camões, procure a lisboeta basílica dos Mártis para ouvir o sino da aldeia de Pessoa, ou suba o Douro por causa de Oliveira, já se não imagina quem invista numa viagem para visitar os estabelecimentos da Jerónimo Martins ou uma barragem no Foz Côa.
A destruição da Economia, blá, blá, blá, a impossibilidade de pagar dívidas e juros, blá, blá, blá, o desemprego para todos, blá, blá, blá, a morte a prazo, blá, blá, blá.
(Foto:rr.sapo.pt)
Aguarda-se a todo o momento que seja divulgada a carta que Paulo Portas escreveu a Passos Coelho manifestando-se contra o aumento de impostos.
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