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De um ponto de vista de esquerda, é desejável que António Costa vá a secretário-geral do PS, dirigindo a alternância no Executivo.
Entre ele e Seguro, muito provavelmente, a diferença na governação não será de grande substância.
Mas se ficar só ocupado com a Câmara é bem capaz de começar a pensar em Belém, dificultando a vida a Carvalho da Silva.
Como é mais que óbvio, António Costa não tem outra hipótese que não seja a de concorrer também à Câmara Municipal de Lisboa.
A manutenção do tabu ou a desistência da autarquia mais que fragilizariam o antigo ministro de Guterres e de António Sócrates. Mesmo com o pretexto da corrida a secretário-geral, deitar Lisboa a perder teria sérios custos. Internos e nacionais.
Em paralelo, Medeiros Ferreira profetiza uma convergência de salvação nacional entre Seguro e Costa. Possivelmente um caminho a trilhar. Ana Gomes também o sugere ao reconhecer aos dois homens qualidades para primeiro-ministro.
Na caixa de comentários online da TSF, alguém critica Seguro e António Costa.
Ensaiando um arremedo de análise política, apela a Vitorino (o António e não o cantor) para vir "prestar" um serviço ao país.
Algum eleitorado - que, ainda por cima, pelo tom e pela tentativa de interpretação, se considera informado - é de uma candura desarmante.
Esta crónica de hoje vai bem com este post de ontem.
O problema do regresso aos mercados não é tanto o de constituir um livre-trânsito para Portugal se voltar a endividar, mas sim o risco de que isso seja visto como uma vitória das políticas do Governo - que não é (aqui ou aqui).
(Foto: japanprobe.com)
Pode rabear-se o que se quiser. Por cá são os mesmos que estão no poder político e económico e é este o tipo de sociedade que está em construção. Mesmo que nem todos consigam perceber a vida enquanto ela acontece.
(Foto: em sicnoticias.sapo.pt)
... para ler com este post. Ou truques empresariais para brincar com os salários que todos os jornalistas deviam conhecer ainda mais quando escrevem sobre economia ou estão na direcção de jornais.
Jorge Fiel não consegue entender que os maquinistas da CP tenham direito a 18 subsídios diferentes.
Explico devagar para que não subsistam dúvidas. Se alguém que fez economia no jornal Expresso não percebe a coisa há que ter algum cuidado pedagógico.
Muitas empresas preferem oferecer subsídios aos funcionários em vez de lhes aumentar o salário.
Por regra, os salários costumam ser actualizados todos os anos. Já não há tantas reclamações se nada acontecer com os subsídios.
Depois, não fazendo os subsidios parte da massa salarial fixa da empresa pode sempre ser arrumada noutro lado qualquer, por conveniências contabilísticas. Ou permitir calcular indemnizações mais baixas quando der jeito despedir.
O empregado fica satisfeito durante uns anos. Se não lhe aumentam o salário base tem ao menos o acrescento dos subsídios. Esquece-se é que quando as coisas apertam há sempre quem lhes retire os suplementos deixando-lhe o salário base, muitas vezes pouco compensador quando não miserável. E, entretanto, fica nas mãos de todos os demagogos que aparecem nos jornais e em partidos políticos.
O Estado ou é social, ou será policial.
in Ciência Política e Outras Edificações Humanas
Henrique Raposo faz parte dessa mão-cheia de comentadores que não se destaca propriamente pela sofisticação ou pela originalidade do discurso, mas que os jornais cultuam e a quem gostam de dar guarida.
Quando se lembra de falar de literatura, o comentador do Expresso parece recorrer bastante aos mais que óbvios - repare-se na consensual lista de artigos que publicou sobre o tema. Ontem, regressou ao seu paralelismo entre Mariana Alcoforado e umas tais … Sombras de Grey, um best-seller actual a que a imprensa vai fazendo referências e que ignoro se se tratará de auto-ajuda, se de ficção.
Como é evidente pelo texto, Raposo nunca na vida pôs os olhos nas Cartas Portuguesas. Mas isso não o impede de, empreendedor, sugerir aos editores que atentem no sucesso das ... Sombras de Grey – que considera “porno para mamãs” – e que reeditem as Cartas Portuguesas, atribuídas à freira alentejana – a quem, inspirado por uma crónica de José Rodrigues Miguéis, chama “criadora do porno para mamãs”.
Como hoje me sinto generoso, será que alguém pode dizer ao rapaz que as cartas de Mariana Alcoforado andam aí no mercado, editadas pela Assírio & Alvim, com tradução de Eugénio de Andrade?
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