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(Foto: no ionline.pt)
Não podia passar sem referência o desaparecimento, no passado dia 28, do presidente do Benfica que construiu o terceiro anel. Foi a única altura em que eu ligava alguma coisa ao futebol e sabia as equipas de cor.
Pelo menos um dos termos da equação da desgraça fez de propósito.
Maçam-se muitas vezes políticos e comentadores da direita portuguesa com acusações de Salazarismo, que 39 anos de democracia já deviam ter feito esquecer certas acusações. Mas depois, há o dia da raça cavaquista, a união nacional de Passos Coelho.
Para os defensores da hipótese benigna, trata-se de gaffes, equívocos de linguagem. Para os adeptos da teoria maligna, o conservador Cavaco e o menino queridíssimo dos liberais portugueses sabem muito bem o que querem dizer.
...que foi altíssimo quadro de dois casos que se viriam a tornar de polícia: o BPN e o BPP.
(Foto: talkdisney.com)
Ainda sem nome conhecido, o nascimento de Guilherme VI, Carlos IV, Eduardo IX, Jorge VII, Jaime III ou Henrique IX vai servindo para entreter as primeiras páginas dos jornais e fazer esquecer a crise.
Por mais que os josés gomes ferreiras, os cavacos, os manuéis clementes e os van zellers espumem, é positivo e gerador de esperança o falhanço da convergência do PS com um governo em estado de desorientação.
Tal como são positivos os sinais saídos da reunião entre o PCP e o BE.
Cavaco quer a salvação dos credores (e já agora do seu partido), mas chama a isso "salvação nacional".
Wolfgang Schäuble, o ministro das Finanças alemão cujos conselhos tanto sucesso têm trazido aos portugueses, vem mais uma vez defender a flexibilização laboral nos países do sul da Europa.
O processo de fleixbilização dos despedimentos foi iniciado com o código de Bagão Félix, sob o Governo de Durão Barroso; aprofundado com Vieira da Silva, já com Sócrates; e complementado sob Passos Coelho, num processo que o PS aceitou.
O argumento é velho: "Quando a protecção contra os despedimentos é alta, os mais velhos não podem ser despedidos e isso está bem, mas então os jovens não têm acesso" ao mercado laboral, diz Schauble e todos os inúmeros defensores da flexibilização dos despedimentos.
O que a prática continuada de dez anos prova é que desde que a taxa de desemprego teve um crescimento continuado desde que o código Bagão entrou em vigor. Os mais velhos são despedidos, não encontram emprego e os mais novos continuam sem acesso ao mercado de trabalho
A dívida sobe, a incerteza prossegue e mesmo assim há dias em que os tão sensíveis mercados mostram saber portar-se como uns homenzinhos (aqui e aqui).
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