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Os jornalistas deviam ser formados em matemática, física, química ou engenharia. Seria a única* forma de escaparem às mentiras e armadilhas dos números, métricas e modelos económicos - que têm tudo de ideológico e nada de científico.
Tal como vêm formados das escolas de ciência da comunicação quase só servem para fazer relações públicas e marketing comunicacional.
* "a única" era provocação, mas que seria de muito longe melhor forma tenho escassas dúvidas.
(Fonte: diariodigital.sapo.pt)
Menos desempregados e menos contenção no consumo são boas notícias para a economia, numa altura em que o FMI não tem parado de ditar mais ingredientes na daninha mezinha que aqui nos trouxe.
E o habitual coro de trabalhadores do privado que acha que ganha muito com o mal dos outros só tem a ganhar com mais uma decisão economicamente sensata dos juízes do Ratton.
(Fonte: nrpcacine.blogspot.pt)
Com tanto apetite espanhol por Gibraltar, não se percebe muito bem por onde andarão os amigos de Olivença.
Ainda por cima, Gibraltar foi dado pelos espanhóis aos ingleses enquanto a localidade agora espanhola ficou de ser devolvida há um ror de anos.
Ao menos sempre distraía.
O inquilino de Belém corre sistematicamente atrás do prejuízo. Não por se encontrar acometido por qualquer bambúrrio de azar, olho gordo ou obsessão persecutória de adversários mesquinhos – como acreditará intuir –, mas por manifesta inadequação pessoal e política para o cargo que ocupa e para o qual o elegeram duas vezes.
Escolhas tanto mais grave quando na última delas já se sabia da inventona das escutas de Belém e dos lucros com acções saídas do aparato criminoso-financeiro que atirou o país ao buraco e que faziam com que só os muitíssimo distraídos comprassem Cavaco por Presidente. À segunda, cai quem quer.
No seu critério, Cavaco pode muito bem ter entendido apresentar, de modo discreto, as condolências às famílias e corporações dos bombeiros mortos este ano no combate aos fogos florestais. Mas por força das circunstâncias, estas mortes colaram-se à morte de António Borges.
E, sem acesso ao poder, António Nuno Ferreira, Pedro Rodrigues, Ana Rita Pereira e Bernardo Figueiredo são heróis que deram a vida pelo bem comum.
Já António Borges era um amigo de Cavaco, muito bem pago, de currículo polémico, tornado conhecido por declarações da mais manifesta insensibilidade social e que usou sempre o muito poder e influência que tinha para dar mais dinheiro a ganhar aos habituais grupos económicos e financeiros. Os seus préstimos para a sociedade e para o país foram para um grande número de portugueses duvidosos ou mesmo prejudiciais.
Há alturas em que a falta de consistência política e a duplicidade de critérios fazem um ruído aterrador.
(Fonte: rtp.pt)
Tirando nos jornais mais populares, a morte de António Borges ocupa grande espaço nas primeiras páginas da imprensa generalista e económica de hoje. Mas não parece que o assunto tenha sido tratado do modo que realmente mais interessou leitores e espectadores.
A vida épica e os elogios vindos de gente que lhe foi ideologicamente próxima, como o amigo Marcelo Rebelo de Sousa, ontem na TVI, Cavaco ou Christine Lagarde contrastam com a escassez ou mesmo falta de depoimentos de outras bandas.
Mas com o que as primeiras páginas - e até directos televisivos do velório na Basília da Estrela, dando conta da presença de Vítor Gaspar, Alexandre Soares dos Santos, Fernando Ulrich ou Miguel Relvas - contrastam mesmo é com as redes sociais e caixas de comentários online dos jornais.
Ontem à noite, havia mais de “gosto” no Facebook para a notícia do Diário Económico dando conta da morte do ex-vice-presidente de Manuela Ferreira Leite e consultor para o processo de privatizações e renegociações das parcerias público-privadas do Governo de Passos Coelho e Paulo Portas.
Num jornal cujas vendas se ficam pelos cerca de quatro mil exemplares diários, bastava abrir uns quantos desses “gosto” para perceber que a tónica dos comentários na rede social eram de regozijo. O homem, que alguns jornais chegaram a tentar vender como primeiro-ministeriável, foi em larga medida tratado nas redes sociais e nos comentários online dos jornais como um indivíduo egoísta e sinistro, mesmo criminoso.
No Diário de Notícias, os comentários de leitores ultrapassaram as sete centenas, o grosso no mesmo sentido dos “gosto” no Facebook. No DN são bastante ciosos da não moderação dos comentários, mesmo quando aquilo se assemelha a um esgoto – o mais das vezes. E, no entanto, esta manhã, a caixa que permite aos leitores expressarem a sua opinião tinha desaparecido das notícias em linha (escapou o editorial) que referiam a morte de Borges.
O comentário de hoje do provedor do leitor do Diário de Notícias é o que se chama uma peça assinalavelmente higiénica.
Exemplifica como se deve lidar com detritos que alguns jornais e revistas publicam sob a forma de artigo de opinião.
No novíssimo canal de informação, a bruxa, agora transformada em apresentadora, trata por colegas jornalistas da revista do grupo.
Num dos casos até avisa que uma dessas “colegas” terá de passar lá pelo programa para falar sobre um artigo que escreveu.
Bem se sabe que análises de jornalistas, economistas e cartomantes não se distinguem muitas vezes umas das outras, mas a legitimidade do mercado e da procura não justifica amalgamentos entre informação e espectáculo.
Que no grupo que quer(ia) ficar com o serviço público de informação se confunda jornalismo com apresentação diz muito sobre o destino que nos reserva(va)m.
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