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Que Cavaco se tenha rodeado de tais cabeças apenas escancara a dimensão da tragédia em que nos deixámos envolver.
Depois de se ter enganado ao escrever que a actual coligação governamental é aquela que há mais tempo se aguenta no poder, o jornalista foi fazer a tricentésima entrevista (só neste ano) ao mais pop dos assalariados de um conhecido mercador holandês.
Como aquilo espremido, mexido e voltado do avesso nada terá que se recomende ou com vago brilho, lá se chamou para título o mais propalado e gritado dos sonhos húmidos do homem: que o que faz falta é mudar a constituição.
Mas ainda há aí alguém que não soubesse que há anos que António Barreto quase não faz outra coisa que repetir isso? Será notícia a enésima debitação da mesma ideia política pingada de modo a entrar na cabeça dos brutos? Daqui a nada dão-nos a separação dos Beatles como manchete.
Lá do Panamá, Cavaco diz "querer saber o preço que o país pagará se algumas normas do Orçamento do Estado não passarem no Tribunal Constitucional."
No últimos dois anos, Cavaco foi incompetente deixando passar orçamentos que chumbaram no Tribunal Constitucional e que se tornaram assim legislação fora-da-lei.
Cumprir e fazer cumprir a Constituição está mesmo naquela lista de coisinhas que qualquer Presidente jura ao tomar posse do cargo. De qualquer modo ninguém se espanta: a palavra de Cavaco (vê-se nas troca-tintices do caso SLN ou da inventona das escutas de Belém) já só tem valor para fiéis e distraídos.
Mudança urgente na Lei Fundamental era a que especificasse de que modo pode o Presidente da República perder o mandato por coontinuado incumprimento do seu juramento mais básico.
Um tipo vai a uma urgência, vulgaríssima de Lineu, e paga 18 euros. A médica que o atende marca-lhe uma consulta de fisiatria para daí a mais de um mês e meio.
Pelo caminho, e por não poder esperar (tem parte dos dedos de uma das mãos com dormência constante; não dorme com as dores; quase não consegue escrever, à mão, ou no computador; não consegue conduzir, agarrar em pesos) marca consulta, quase imediata, com um fisiatra numa clínica privada. Com seguro de saúde, a consulta fica por 25 euros, apenas mais sete euros que a do SNS.
Obviamente o caminho é desmantelar o SNS e levar toda a gente a trocá-lo pelas seguradoras, que acima de determinada idade (ou mal se arranje uma doença a sério) deixam de fazer seguros ou passam a cobrar por eles prémios exorbitantes.
E a CGTP resolve obedecer a uma decisão administrativa de legalidade contestada quando tinha tudo para ter sucesso na acção e cedendo estrondosamente perante este Goverrno.
Mário Soares diz que alguns membros do Governo são "deliquentes" e têm de ser julgados.
Jorge Sampaio pede "assomo patriótico" e repudia críticas ao Tribunal Constitucional.
Jerónimo de Sousa chama a Passos e Portas "trapaceiros e malabaristas".
O antigo reitor Meira Soares acusa o Governo de "estupidez".
"Com o que tem acontecido em Portugal era para ter uma guerra civil em cima", diz o bastonário da Ordem dos Técnicos Oficiais de Contas.
Marques Mendes acha que "parece um governo de adolescentes e de gente imatura".
(Fonte: em dn.pt, Paulo Spranger - Global Imagens)
O PCP chamou-lhe "frete", Vasco Pulido Valente "um puro «tempo de antena»". Independentemente das acusações, a condução do processo de lançamento d'O País Pergunta prova a completa desadequação de Paulo Ferreira para o cargo de director de informação do canal público de televisão.
Primeiro, o programa não podia ter sido emitido em cima das autárquicas ignorando todos os outros partidos, como o director de informação do canal defendeu.
Segundo, nada justifica que este modelo do "Eleitor pergunta que o entrevistado responde" fique reservado para o primeiro-ministro e para António José Seguro, como se informar consistisse em, ainda mais que em afunilar as escolhas dos eleitores, em dar-lhes só as opções tidas como legítimas pelos cultores dos sacrossantos critérios editoriais.
Os canais de televisão têm obrigações de serviço público e de pluralismo e, mesmo quando instrumentalizada por sucessivos governantes, a RTP por maioria de razão.
No meio disto, há sempre uns grandes repórteres disponíveis para recomendar a coisa como "serviço público". Só que nada se pode fazer quanto à irreprimível vontade de certas figuras para se auto-ridicularizarem.
(Fonte: O Mensageiro, The Postman, 1997)
... será vendida até Dezembro.
O negócio está nas mãos de Pires de Lima, ministro do CDS-PP.
Seria significativo que o maior partido da oposição (e os outros também) avisasse a navegação: "Quando chegarmos ao Governo renacionalizaremos os CTT, um tipo de empresa que até nos livres Estados Unidos é uma empresa federal, e garantimos que não pagaremos indemnizações a quem agora se chegar à frente."
Era vê-los virem.
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