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(fonte: publico.pt)
Faz hoje vinte anos que a polícia de Cavaco Silva e Dias Loureiro correu à bastonada os estudantes que se manifestavam contra o aumento de propinas no Ensino Superior.
Em editorial no Público, Vicente Jorge Silva iria pronunciar-se contra uns rabos e umas pilas mostradas noutras ocasiões de protesto - estendidos também ao secundário. Com irreprimível e transbordante clarividência inventava a Geração Rasca. Contribuía, e não pouco, para o descrédito da luta estudantil.
Pouco depois, Guterres calaria muitos protestos fixando as propinas no valor "simbólico" do salário mínimo, só que desde então não pararam de crescer e subir.
Hoje, as famílias portuguesas são na OCDE das que mais pagam para manter os filhos no Ensino Superior. E os estudantes que, nessa mesma geração, liam os Independentes e lutavam contra os "rascas" que saíam espancados da Assembleia da República, contra os "rascas" que mostravam pilas e rabos, são hoje secretários de Estado e ministros do nosso bonito contentamento colectivo.
(Fonte: publico.pt)
Às vezes este gajo descobre problemas nuns sítios que benza-o Deus Nosso Senhor. Agora, descobre em entrevista ao jornal i que a origem goesa de António Costa terá sido vista como um problema para chegar a primeiro-ministro.
Nunca deve ter ouvido falar em Nobre da Costa que, mesmo tendo sido nomeado pelo Presidente da República Ramalho Eanes e não eleito, descendia do obstetra Alfredo da Costa, sim, o da maternidade, e dos goeses Costas de Margão.
Para lançar projecto de comunicação social em modelo cooperativo. Será que há disso por aí?
O tempo das contemporizações acabou. São cúmplices do saque e do apodrecimento desta Feira Cabisbaixa - ainda agora citada no encontro em defesa da constuição que anteontem ocorreu em Lisboa - todos que nos últimos dois anos não perceberam o que está em causa na Europa e em Portugal. Todos que não pararam de se queixar de protestos, greves, confrontos, aceitando boa ou pacientemente o mais que lhes têm servido.
Passara já do meio o primeiro mandato de Cavaco em Belém quando se noticiou que, entre os mais próximos do presidente e José Manuel Fernandes, director do Público, se tentara cozinhar a ideia de que o Governo de Sócrates tinha o inquilino presidencial sob escuta.
Naqueles outros países aos quais Fernandes tem dado tanto jeito e feito tantos favores, os Watergates fazem cair presidentes. Por cá não se conseguiu que impedisse a reeleição do político apanhado em complôs contra os adversários. Dizia-se - ainda há quem o diga sem vergonha - não haver alternativas, embora todos os candidatos presidenciais fossem, pelo menos, bem mais corajosos do que Cavaco.
O modo como foi revelada a inventona levou a comissão da carteira profissional da classe a admoestar os jornalistas que tinham denunciado a tramóia no Diário de Notícias. Os outros jornais não deram ao caso a cobertura que a democracia e o civismo exigiam.
Há dias, em entrevista à Visão, Fernando Moreira de Sá contou, aparentemente orgulhoso, as canalhices que com um bando de cúmplices foi pondo em cena para afastar adversários políticos - do Governo de José Sócrates e do seu próprio PSD. Jornalistas, gente dos blogues, assessores de imprensa e gente ainda pior.
Enquanto josés manuéis fernandes, paulos ferreiras, luíses rosas, rauís vazes, paulos baldaias, joões miguéis tavares, camilos lourenços e outros tarefeiros do poder acusam, íntima ou publicamente, Mário Soares de ter sido violento na Aula Magna, não se consegue ouvir nas televisões quem diga, com todas as letras e do modo continuado que a coisa merece e exige, aquilo que a quadrilha de Moreira de Sá realmente é.
E como ninguém os cita onde se poderiam notar e fazer a diferença, leia-se ao menos Oscar Mascarenhas, hoje; Fernanda Câncio e Ferreira Fernandes durante a semana.
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que se veja à mesa o meu lugar vazio
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que hão-de me lembrar de modo menos nítido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que só uma voz me evoque a sós consigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que não viva já ninguém meu conhecido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem vivo esteja um verso deste livro
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que terei de novo o Nada a sós comigo
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que nem o Natal terá qualquer sentido
Há-de vir um Natal e será o primeiro
em que o Nada retome a cor do Infinito
David Mourão-Ferreira
Os tempos andam perigosos para os cultores da teoria da separação de poderes.
O Governo, detentor do poder executivo (bem como muitos cidadãos com escassa noção do que é uma democracia, muitos deles pagos pela comunicação social e até com carteira profissional de jornalista e cargos de direcção), tem achado que a Constituição, a Lei Fundamental do país, deve ser morta e esfolada até lhes acertar nas vontades.
Agora, saem-nos na rifa acórdãos onde se espera que decisões judiciais desanuviem tensões diplomáticas.
Passa-se qualquer coisa de muito estranha com os critérios de recrutamento e de formação de certas elites nacionais que teimam em meter-se nas jurisdições umas das outras.
(Fonte: theguardian.com)
... atão a malta vai desmarcar as legislativas, não vá isso complicar-vos com os nervos.
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