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(fonte: 24horasnews.com.br)
Abrir as creches de noite e de madrugada, como propõem PSD e CDS-PP no programa eleitoral para as legislativas de 4 de Outubro, só mostra os horários de trabalho que Passos e Portas desejam para os pais das criancinhas.
Passos Coelho e o PSD insistem que foram recuperados os empregos perdidos com a tróica.
Independentemente da propaganda, no jornalismo não se deu por nada. A quase totalidade dos duzentos postos de trabalho perdidos não foram repreenchidos.
Há muito tempo que os socialismos e os trabalhismos jazem mortos e apodrecem na mesmíssima campa onde se anunciou ter sido enterrado outro dos "ismos" do século XX.
Depois do muito nosso engavetamento da coisa, muita água se tem fartado de correr no caudaloso rio da política nacional e internacional. Abreviando, houve até uma terceira via, parida no Reino Unido, que o PS muito acriticamente seguiu, excepto na parte da recusa da moeda única. Os socialistas domésticos preferiram deitar fora a única ideia inteligente do Labour desses dias: "Euro, tu és euro e sobre ti edificaremos a Europa", disse Guterres, em 1995, saudando, em modo bíblico, a criação do Euro.
Depois, convém perguntar: na crise do pós-2008, as governações dessa área política distinguiram-se exactamente de quem? Europa fora, em que divergiram Dijsselbloem, Martin Schultz ou Sigmar Gabriel dos governantes dos partidos conservadores?
Em França, Hollande foi eleito prometendo governar de modo diferente. António José Seguro chegou a depositar nele alguma esperança de que trouxesse à Europa "a lufada de ar fresco de que precisava".
Mas a ilusão pouco durou. Sem ter aquecido no Eliseu, Hollande logo tratou de meter o social no saco. Um sinal claro foi dado quando indicou para primeiro-ministro Manuel Valls, o homem que quer mudar o nome ao Partido Socialista Francês (PSF), fazendo cair o "Socialista”.
Agora, depois da última fase da crise na Grécia, Hollande lembrou-se de criar um governo de apenas seis países para a zona euro, deixando os outros membros da moeda única de fora de núcleo duro de decisão. Convém não ter dúvidas acerca da natureza autoritária, prepotente e oligárquica da União Europeia.
As evidências nesse sentido raiam de tal modo a pornografia, que é preciso ter chegado agora de Marte para não o perceber.
Mas há outro salto a dar. A ideia foi de François Hollande, repito. Primeiro, o homem do PSF enterrou o social. Agora enterrou a democracia. Resta-lhe o quê? O hífen? Ou também já tinha caído com o novo acordo ortográfico?
O Feiticeiro de Oz (The Wizard of Oz), Victor Fleming, 1939, é o número 39 na lista da BBC Culture
Aos 24 anos o editor do online da publicação já tinha sido editor de política num jornal especializado.
Regressado, pouco depois, à casa onde estagiara, para chefiar a emperrada versão digital da revista, levava parte do tempo criando listas - uma categoria informativa de indispensabilidade diária segundo as chefias jornalísticas dos dias que correm.
Dessa vez era a dos maiores vilões do Cinema. Depois de olhar para ela, sugeri-lhe que mudasse o título para "Os maiores vilões em filmes produzidos depois de se celebrar o primeiro centenário do cinema". Nem um único dos maus da fita era de um filme anterior a 1995 e o grosso eram vilões já do século XXI.
Ainda assim, achar seis dos 100 melhores filmes de sempre nos 14 anos já decorridos deste século, como fez a BBC Culture, é uma média excelente.
Seis melhores filmes em 14 anos, quase um a cada dois anos, pode não evidenciar um enviesamente quantitativo excessivo. Para os 106 anos anteriores, com muitos mais milhares de filmes disponíveis, os críticos consultados pela BBC Culture escolheram 94 filmes, o que dá quase um por ano. Quem conheça minimamente a História do Cinema (e essa questão é evidenciada na notícia) percebe existir um enviesamento qualitativo, e com bocado de esforço maior até se entendem as dimensões comerciais deste tipo de lista.
Mas onde a notícia causa perplexidade é exactamente no título dado em português. "Só seis filmes deste século estão entre os 100 melhores de sempre do cinema americano". Aqui, o "só" tanto pode ser visto como informativo como incitativo. O "Só" tanto pode indiciar que o cinema tem vindo a decair na quantidade de obras-primas produzidas, como indiciar que a lista anda mal feita.
A título pessoal, o que me enerva é que no lugar de "só", devia antes estar um explectivo "Tantos?".
Há os títulos informativos, os títulos incitativos, mas também há os títulos opinativos e dos estados de alma de quem os faz. Sem aspas, responsabiliza o jornal e o autor da peça.
Telefona-se para a PSP local e não conhecem a morada que se lhes indica. Tem de se lhes explicar. Depois, têm um carro na rua e não sabem quando podem passar. São, no geral, urbanos, educados.
Mas, por aqui, não me recordo de ver guardas na rua, tirando à porta de bancos. São gratificados. Polícias montando guarda nas suas folgas.
Não conhecem a toponímia do sítio onde estão colocados, têm apenas um carro pelo que a sua presença demorará. Não conhecerem, a pé, como a palma da mão, as ruas da cidade onde estão colocados é uma grave falha operacional: Onde é que fica um telefone público, onde está a passagem alternativa, que rua costuma estar atravancada, fechada num beco, que saída tem o café ou bar para as traseiras, como é mais rápido ir dali para acolá?
Dirão que conhecem tudo isto, que só não sabem os nomes das ruas. Duvido muito. E não se responde depressa a um pedido de intervenção se, do outro lado, o polícia que recebeu a chamada tiver de estar a explicar aos camaradas onde é o sitio de onde surgiu o alerta.
Também não é indiferente que após a convocação do Referendo na Grécia tenham sido publicadas tantas sondagens a dar conta de um quase empate entre os partidários do Não e os do Sim.
O anunciado empate redundou numa clara vitória dos adeptos do Não. E tanta esperança que tantos jornalistas portugueses depositaram na vitória do quase empatado Sim grego.
Por cá, também houve recentes sondagens dando conta de uma vitória da actual coligação PSD-CDS/PP. São modos de dar esperanças aos eleitores do Sim e da Coligação, de tentar transformar em votos esse sentimento.
Democracia e sondagens? A publicação das últimas inquina a primeira. Tanto mais que o grosso dos jornalistas não percebe nada de estatítica e faz análises de resultados em modo ganha A ou ganha B.
Duas das mais batidas personagens da política nacional usam prefácio e posfácio do livro Insondáveis Sondagens, de Diogo Agostinho e de Alexandre Guerra, para bater nas sondagens políticas.
Santana Lopes e Paulo Portas dirigiram o centro de sondagens da Universidade Moderna, mas agora admitem que as sondagens podem tornar-se "quase armas de destruição política", "influenciar o discurso político e as eleições".
Se há coisas de que o antigo primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro e ministro dos Negócios Estrangeiros não podem ser acusados é de inocência, falta de capacidade de cálculo ou de intencionalidade das suas acções políticas. Se dirigiram empresas de sondagens, é bastante duvidoso que não soubessem ao que iam e o que estava em causa.
Não era preciso que tivessem sido pessoalmente afectado por sondagens, para perceberem a perversidade democrática da sua publicação e divulgação pelos jornais e outros órgãos de comunicação socail. Se fossem politicamente consequentes Santana Lopes e Paulo Portas iriam mais longe naquilo que dizem. E não se limitavam a escrever umas coisinhas no início e no final de um livro.
Nota: Em 2011, já aqui se defendia a proibição da publicação destas sondagens na comunciação social. São intrumentos de enviesamento, manipulação e instrumentalização da vontade popular e não ferramentas de esclarecimento.
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