Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Já há uns anos deixei de fazer compras em várias editoras na Feira do Livro de Lisboa.
Desde que uma delas, salvo erro a Leya, se acantonou dentro de um perímetro fechado com portas de vigilância eletrónica. Entretanto, a Porto Editora também faz o menos.
Passo-lhes ao lado e só visito pavilhões fora do regime concentracionário. Os preços, a falta de espaço em casa, o acordo ortográfico, as aquisições de várias editoras independentes, o sistemático esgotar de obras decisivas tornaram-me a viagem penosa.
Depois, em cada porta electrónica especaram seguranças - um perfil laboral que faz tanta falta ao sector editorial como torresmos num banquete judeu.
Como isto anda tudo ligado, há uns anos, a revista lembrou-se de submeter um romance alegadamente inédito a várias editoras portuguesas. Era o Para Sempre ou Até ao Fim, de Vergílio Ferreira.
Uma das poucas editoras que confirmou a recepção do manuscrito declinou a publicação, mas agradeceu com um conselho: Demasiado densa para uma primeira obra.
Não só os editores não identificaram a obra, como a acharam demasiado exigente para os leitores.
Nesta espécie de prova cega, a resposta da editora à jornalista da revista não desvalorizou o romance apresentado. Apenas confirmava não estar disposta a apostar em primeiras obras difíceis. Optava, pois, por escolher - leia-se editar -, o joio em vez do trigo.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.