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As sondagens condicionam votos. Desvirtuam por isso a democracia e nem deviam ser publicadas.
Mas em todos os lugares do mundo há uns chicos-espertos que arranjam maneira de contornar a legislação.
O juízo é cena que não tem propriamente assistido aos líderes europeus.
Do ponto de vista dos defensores da União Europeia, que sentido fará realizar amanhã uma já por si estranha reunião dos ministros dos negócios estrangeiros dos seis países fundadores da CEE?
Depois de aprovado o Brexit, faz mesmo sentido evidenciar um directório de países que se consideram mais europeus que os restantes. Uma iniciativa que, está-se mesmo a ver, tem tudo para fazer outros povos sentirem-se desejados no projecto.
O Inimigo Público, que nunca teve gracinha nenhuma -- como, apesar dos encómios, o Contra Informação também não tinha --, lá faz uma piadola sobre a ida de David Dinis para director do Público. Só que falha a sátira e tem um espírito enganador. Pode parecer autocrítica, mas mascara a realidade.
Diz o suplemento do Público que
Além da pouca piada, a graçola (num formato recorrente na publicação) tem outros dois defeitos.
Primeiro, o relevante não é que David Dinis seja de Direita. Tem até um certo je ne sais quoi dar a ideia de que eventuais críticas à escolha da Sonae decorrem da legítima opção pessoal e ideológica do novo director. O problema relevante é David Dinis ter sido assessor de um primeiro-ministro, Durão Barroso, e de depois disso nunca mais ter deixado de ocupar cargos de chefia e de direcção nos jornais portugueses. É um trânsito entre a política e o jornalismo que nem se aflora - que somos todos boa gente, tirando os excluídos das redacções.
Depois, fazer de conta, mesmo a brincar, que a coisa ficaria balançada com a entrega de outra direcção a alguém de Esquerda alimenta uma visão do jornalismo enquanto charco sem integridade.
Valerá a pena a piada se nem ao menos faz rir?
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