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As eleições espanholas e a capacidade de gerar soluções governativas à esquerda terão fortes consequências em Portugal e no futuro do Governo de António Costa apoiado pela esquerda parlamentar.
Uma solução social para as economias portuguesa e europeia passa para já pela união das periferias.
Se tiverem juízo, PS, BE e CDU deverão estar já há algum tempo a trabalhar com os seus congéneros espanhóis. No aspecto negocial, os responsáveis do PSOE e do Podemos (agora com a IU) têm alguma coisa a aprender com as contrapartes portuguesas.
Há dias uma colega pediu-me que respondesse a um inquérito para fazer um artigo lá da revista.
Expliquei-lhe que para ali, de graça, nem bom dia. Já basta o que bastou.
Um tipo não tem de lhes fazer boa cara - ainda se por algum motivo a merecessem.
Nas reuniões do Partido Socialista Europeu alguém dirá ao seu correligionário (e ministro das Finanças) holandês aquilo que ele é?
Já com um morto confirmado, corre o sequestro em França e apenas a CM TV interrompe a emissão para dele dar notícia.
A SIC Notícias prossegue com o debate futebolístico entre Gomes da Silva, Rogério Alves e Guilherme Aguiar.
Na TVI 24, Sporting, Benfica e Porto, presidentes, vendas, enganos, continuam a ser o tema da gritaria de Pedro Guerra, Jose Pina e Manuel Serrão.
Na RTP 3, o ex-futebolista Costinha, o treinador Marco Silva e o jornalista Carlos Daniel comentam o Euro.
As três estações mais antigas demoram a dar a notícia. Nem se percebe exactamente se terão tido logo conhecimento do sequestro, tal é a demora a dele dar conta. A TVI 24 ainda avançou com a informação em rodapé de ùltima Hora. As outras nem isso. E tardaram-na no alinhamento do noticiário.
Que fazer quando só o canal tablóide fez o que tinha a fazer?
Vem-me O Vampiro de Curitiba, de Dalton Trevisan desnecessariamente prefaciado por J. Rentes de Carvalho.
O escritor português confessa ter tentado propagar o talento do brasileiro, mas sem nunca o ter imaginado vencedor do Camões.
Até quando tem bom gosto o escritor português revela limitada capacidade para entender a totalidade do mundo que o cerca.
Além do cartaz com erro que se vê na imagem, manifestantes de colégios privados com contrato de associação têm usado pelo menos outro de sintaxe aberrante:
"Querem tirar-me a escola que gosto"
Ao menos da qualidade do ensino de português não se podem gabar muito.
Dei agora conta da subida de José Gomes Ferreira à cadeira de director-adjunto da SIC Notícias. É uma tontaria jornalística inqualificável, mas explica uma certa tendência da informação do canal (e do país).
Feito, pois, alta chefia jornalística um tipo que confunde propaganda com jornalismo e não sabe o que querem dizer pluralismo e contraditório.
Já há uns anos deixei de fazer compras em várias editoras na Feira do Livro de Lisboa.
Desde que uma delas, salvo erro a Leya, se acantonou dentro de um perímetro fechado com portas de vigilância eletrónica. Entretanto, a Porto Editora também faz o menos.
Passo-lhes ao lado e só visito pavilhões fora do regime concentracionário. Os preços, a falta de espaço em casa, o acordo ortográfico, as aquisições de várias editoras independentes, o sistemático esgotar de obras decisivas tornaram-me a viagem penosa.
Depois, em cada porta electrónica especaram seguranças - um perfil laboral que faz tanta falta ao sector editorial como torresmos num banquete judeu.
Como isto anda tudo ligado, há uns anos, a revista lembrou-se de submeter um romance alegadamente inédito a várias editoras portuguesas. Era o Para Sempre ou Até ao Fim, de Vergílio Ferreira.
Uma das poucas editoras que confirmou a recepção do manuscrito declinou a publicação, mas agradeceu com um conselho: Demasiado densa para uma primeira obra.
Não só os editores não identificaram a obra, como a acharam demasiado exigente para os leitores.
Nesta espécie de prova cega, a resposta da editora à jornalista da revista não desvalorizou o romance apresentado. Apenas confirmava não estar disposta a apostar em primeiras obras difíceis. Optava, pois, por escolher - leia-se editar -, o joio em vez do trigo.
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