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O esplendor da democracia europeia

por Tempos Modernos, em 30.07.16

O comissário europeu para a economia digital, o alemão Oettinger, "reconheceu que no debate das sanções [a Portugal e Espanha] uns e outros tentaram passar a «batata quente» e destacaram a necessidade de evitar que os partidos políticos desempenhem um papel cada vez maior na Europa."

 

Ou seja, um grupo de tecnocratas não eleitos quer evitar que os partidos eleitos pelos cidadãos europeus tomem decisões sobre a Europa. É isto, não é? O resto da notícia é mais do mesmo.

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publicado às 13:56

Muito levou o jornalista Rui Santos na cabeça por causa do penteado e dos caracóis caídos sobre a nuca. E, no entanto, ninguém faz um reparo ao directivo João Veira Pereira por causa do cabelo, da barba por fazer ou da escolha dos fatos. Também não se ouvem piadas acerca do cabelinho de Dijsselbloem.

 

Com tantos admiradores de Paulo Portas em tantas redacções, não lembra a ninguém fazerem com estas figuras o que o novo assalariado da Mota-Engil fez com as meias brancas de Cavaco?

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publicado às 11:01

Critérios editoriais e de empregabilidade

por Tempos Modernos, em 30.07.16

Na campanha eleitoral das últimas legislativas, havia quem ocupasse o espaço noticioso a dar conta de fait-divers dos discursos, em detrimento das propostas políticas que interessam aos eleitores.

 

Do CDS-PP lembro-me de um jornal gastar todo o espaço que tinha para aquele partido com declarações de Portas a explicar que Assunção Cristas lhe dissera só se inscrever no partido se não houvesse reuniões à noite por causa dos filhos. Podia ser uma ideia interessante, mas confesso - mea culpa - nunca lhe ter visto, nem a ela nem ao partido que dirige, grande procupação com os filhos dos outros, quando ocuparam lugares de poder.

 

No mesmo grupo de comunicação, o tipo que fazia notícias com propostas de medidas políticas de outro partido - e que numa análise feita até acertou no tipo de Governo que hoje temos, PS com apoio da esquerda parlamentar - acabou despedido pouco depois. Um dos camaradas que com ele discutiu irritado a bondade dessa análise manteve-se no emprego, mas pouco depois rumou à Europa feito assessor de imprensa. Garantida ao seu novo empregador está a qualidade da análise política.

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publicado às 10:54

Augusto Inácio anunciou ter posto fim à relação contratual com o Sporting, diz ele que para impedir que o clube viesse a ser multado pela Liga de Futebol Profissional.

 

É pena. Seria melhor que o antigo futebolista pusesse antes fim à sua participação em programas de comentário futebolístico onde não acrescenta nada à inteligência.Trouxe uma agenda descarada que vai muito mais longe que a paixão clubística e comporta-se com um sectarismo lamentável.

 

Há dias, já o campeonato se encerrara há varias semanas, João Alves, o comentador da banda benfiquista, trouxe camisolas da equipa que iria treinar para oferecer aos seus companheiros de programa. Inácio perguntou logo se se vinham com oferta de jantares, piada à queixa contra o Benfica apresentada pelo Sporting por causa da oferta de vouchers aos árbitros que apitavam desafios com o clube da Luz.

 

Só que a camisola oferecida por Alves fazia parte do equipamento da equipa criada pelo Sindicato dos Futebolistas para manter treinados os jogadores profissionais que estejam no desemprego. Um modo de lhes manter a forma física enquanto não encontram colocação. O antigo jogador do Futebol Clube do Porto e do Sporting teve azar com a gracinha, pois a ideia é meritória e interessante. E embora a piadola tenha ricocheteado maculou à mesma a oferta do Luvas Pretas.

 

No ano em que participou no painel de comentário do Play-off, Inácio conseguiu dar cabo do único programa de debate futebolístico de grande audiência que tinha gente de futebol a olhar para o futebol do ponto de vista do jogo, fossem quem fossem os protagonistas em campo. E arrastou consigo, em menor medida, Rodolfo Reis, que chegara a conseguir adaptar-se aquela linha editorial distanciada do achismo e da cegueira sectária e boçal dos adeptos.

 

O antecessor de Augusto Inácio no painel, Manuel Fernandes, bem como António Oliveira, que foi representante do Futebol Clube do Porto, eram capazes de um distanciamento profissional que os seus sucessores se encarregaram de destruir. É pena. Espectadores e moderador merecem o tipo de programa que Play-off já foi. Para o que ali está, mais vale trocar o pouco truculento João Alves por Pedro Guerra ou outro do género.

 

 

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publicado às 10:00

Os que andam sempre dentro de tudo (reescrito)

por Tempos Modernos, em 29.07.16

Acho que só hoje dei conta do nome do programa da Rádio Renascença que conta com António Vitorino e Pedro Santana Lopes como comentadores.

 

A coisa chama-se "Fora da Caixa", o que é manifesta falta de sentido do rídiculo. Dificilmente se encontrariam uns protagonistas que andassem há tanto tempo, e tanto por aí, e como estes dois.

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publicado às 23:30

A frase vai na linha de outras que correm em meios diplomáticos. Mas não há outro modo de tratar o ministro das Finanças holandês.

 

O desapontamentamento de Jeroen Dijsselbloem com a não aplicação de sanções a Portugal e Espanha tinha de ser  convenientemente enquandrado pelo Estado português. Foi o que fez o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva.

 

Primeiro, disse ouvir as declarações do ministro trabalhista holandês "com toda a atenção que merecem as declarações produzidas por personalidades europeias, mas com a atenção que essas declarações merecem". Depois, lembrou Dijsselbloem que o tal eurogrupo a que preside "nem sequer tem existência estatutária formal."

 

E, apesar dos resultados, há um receio do falar assertivo e frontal bastante propalado nas últimas semanas e que outros continuam a propalar, confundindo-o com um qualquer radicalismo.

 

 

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publicado às 20:36

Português à barra

por Tempos Modernos, em 26.07.16

É jornalista, está na casa dos 30 e é aquisição recente do comentário futebolístico televisivo.

 

Tem um discurso pontuado de linhas como "poderão haver", como "quer quêiramos, quer não".

 

Quem consegue ouvi-lo falar de pontapés na bola quando está sempre a prender a atenção dos espectadores com os pontapés no português?

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publicado às 19:01

Subidas de temperatura política

por Tempos Modernos, em 25.07.16

A publicação digital patrocinada por rapaziada do Compromisso Portugal descobriu um António Costa particularmente pessimista em recente reunião com deputados socialistas.

 

Um pessimismo que os auscultados pela publicação viram como antecipação de eleições - uma cartada que Costa trará na manga.

 

Ao longo destes meses, o puxar do tapete quando a situação o recomende tem sido um truque várias vezes lembrado ao primeiro-ministro por críticos da solução Governo apoiado pelas esquerdas parlamentares.

 

Em simultâneo, dá-se voz a Jerónimo de Sousa quando diz não estar garantido o voto do PCP no Orçamento do Estado 2017. Ou vinca-se o melindre comunista por não ter sido chamado a discutir a composição do Tribunal Constitucional. Tudo linhas de cesura entre o Governo de António Costa e um dos partidos que o têm apoiado na Assembleia da República.

 

Além da falta de cumprimento do acordado com o PSD, a não eleição de Correia de Campos para o Conselho Económico Social também terá contado com a ausência dos votos dos camaradas de Jerónimo de Sousa. Uma questão acessória mostra ao PS que, no seu próprio interesse, talvez não se devesse ter desviado da convergência iniciada nas últimas legislativas.

 

Mas o OE 2017 já não é uma questão acessória. Na semana passada, Arménio Carlos e um sindicalista da UGT eram entrevistados por José Alberto Carvalho. O secretário-geral da CGTP era questionado acerca da anunciada não subida dos não nominal dos salários dos funcionários públicos. E exigia-a e dava alternativas de receitas - do fim de swaps, da reversão de parcerias público-privadas, do fim de avenças do Estado com escritórios de advogados e empresas de consultadoria informática.

 

E de repente, Arménio Carlos lembrou que nos acordos entre PEV, PCP, BE E PS, que vieram a permitir a actual solução governativa, nada havia referente ao aumento dos funcionários públicos. O que havia era o fim de um conjunto de cortes feito pelo Exectuivo de Passos Coelho e de Paulo Portas. Arménio Carlos vincava a linha de Jerónimo ao afirmar só votar o OE 2017 "se não reverter direitos dos trabalhadores".

 

A língua é de pau e às vezes exige uma certa hermenêutica, mas há previsibilidades nas entrelinhas que muitos ignoram.

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publicado às 15:23

Culturas pop

por Tempos Modernos, em 21.07.16

Uma antiga colega do Técnico, ligação do linkedin, publica uma frase que alguém atribuiu a Eça de Queirós:

 

"Não tenha medo de pensar diferente dos outros, tenha medo de pensar igual e depois descobrir que todos estavam errados."

 

É divertido ver como circulam estes textos motivacionais. Mas é mais interessante verificar como falta a sensibilidade de perceber que tudo ali, a começar pela sintaxe, impede a atribuição ao escritor português.

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publicado às 11:14

Foi numa reunião fechado do Conselho Nacional do partido. Mas, de acordo "com uma ideia divulgada pelo PSD aos jornalistas", Pedro Passos Coelho chamou "patetas alegres" aos que acreditam no país descrito pelo Governo de António Costa apoiado pela esquerda parlamentar.

 

Foram, assim, fontes do próprio partido que premeditaram a saída dessa expressão concreta. O que é um patamar curioso da luta política. O presidente de um grande partido nacional, chamar nomes a pelo menos metade dos eleitores portugueses. O presidente laranja lá saberá o sentido que isso faz. Basta ler as caixas de comentários de jornais e de blogues para perceber como este tipo de discurso de raiva e afrontamento está disseminado entre os apoiantes da coligação de direita.  

 

Talvez seja politicamente duvidoso que se queira construir um país com base na alienação de metade dos portugueses. Como se imagina, ofender o outro gera sempre bastante empatia e vontade de colaborar.

 

 

 

 

 

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publicado às 10:20

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