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Ainda o campeonato de futebol não começou e já comentadores clubísticos aquecem os motores com conversa poluidora
Uns atacam o Sporting por causa da contratação de um miúdo de 15 anos, filho de Fontelas Gomes, o novo presidente do conselho de arbitragem.
Outros o Benfica, cuja fundação alegam ter dado bolsas a árbitros em formação.
Se jornalistas alimentam e lucram com estes ataques, que ocupam antena nas estações e canais televisivos, já se esquecem demasiadas vezes de aprofundar e investigar as acusações.
Ficam as citações dos comentadores a abrir jornais desportivos e a alimentar audiências. Como se os mandadores de bocas fossem fontes ou se o que dizem tivesse valor noticioso só por si.
É curiosa a entrada do artigo do Público acerca de propostas para a ADSE apresentadas por uma comissão de peritos.
O título fala de uma "ADSE [que] deve ser associação privada..."
Depois, na entrada na página digital da publicação lê-se:
A vontade dos peritos apresentada no presente do indicativo. A pretensão dos sindicatos já deitada para trás das costas, num pretérito imperfeito.
Vai-se a ler, e nem a vontade dos peritos é definitiva para o Ministério, nem os sindicatos viram a sua pretensão ultrapassada.
Até podem justificar as nuances sintáticas com necessidades de agarrar o leitor, mas naturalizam um ponto de vista e negam o papel do jornalista enquanto produtor de informação para debate público.
Estas declarações de Augusto Inácio eram um bom pretexto para pôr fim à sua colaboração no Play-Off. O programa da SIC-Notícias surgiu como espaço informativo, onde o futebol era explicado por antigos profissionais. Apesar das ligações clubísticas dos comentadores, aquilo não era um formato de entretenimento com adeptos engajados.
Ninguém deixava de reconhecer erros e defeitos da própria equipa ou de elogiar as qualidades das dos outros. E, aliás, os antigos jogadores António Simões e Manuel Fernandes explicaram estes critérios a Rodolfo Reis quando o antigo capitão portista chegou ao programa para substituir António Oliveira
Com Inácio tudo mudou. O seu discurso é uma mera repetição dos jogos mentais saídos de Alvalade e elo da correia transmissora de uma estratégia comunicacional. Se Inácio está ali "para servir o Sporting" em vez de servir a informação acerca do Futebol, seria melhor que se juntasse a um programa com parceiros como Pedro Guerra ou Manuel Serrão. Há quem aprecie esses ambientes,
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