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Nos comentários do Público online ao novo caso Relvas, há quem critique veemente a tentativa de condicionamento de um jornal feita por um político.
Condicionamento haverá sempre, fora os próprios e pessoais. Haverá os jornalistas que não se deixam condicionar; outros que sim, deixam; os que nem dão por isso; os que fazem um escândalo com um simples "olhe que se enganou no que escreveu"; e até, e são muitos, os que já vêm de casa condicionados por defeito.
Mas não são apenas os políticos a condicionar. E se neste caso existe a agravante de as ameaças virem de um actor executivo, outros condicionamentos não vêm de lados menos poderosos. Tal como estão, as redacções são escolas práticas de condicionamento.
Na prática, há poucas maneiras de fugir às inevitáveis tentativas de pressão. Venham de onde vierem. Inclusive internas. Duas imprescindíveis:
Variedade nas redacções. De idade, experiência, percurso, formação, ideologia.
Mas também vínculos contratuais fortes, definitivos e sem excessivas diferenças salariais. Que blindem o jornalista com a capacidade de dizer não e até de deixar a página em branco contra a pressão do fecho e das vendas.
É isso que o leitor deve exigir se quiser uma imprensa livre e capaz. Não há mercado nem dinheiro privado para isso? Mais um motivo para não vender a RTP, afastar de vez os governantes da tutela e das tentações e não embarcar nas cortinas de fumo dos assessores.
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