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Por muita razão que o Conselho de Redacção da RTP-Açores possa ter*, surgir nesta altura com uma acusação destas tresanda de tal maneira a encomenda que só os mais sectários militantes laranjas usarão o comunicado como argumentário.
A altura é oportuna. A empresa tutelada** pelo condicionador ministro Relvas vem acusar um governante socialista, partido rival, de também condicionar.
Parece esgotar-se nestes jogos de equivalências especulares a inteligência dos spins nacionais, dos dos gabinetes dos ministros, dos nos órgãos de comunicação social, numa lógica de libertar informação delicada em modo contra-fogo. Sai uma coisa má sobre um, logo sai algo semelhante sobre o outro.
Naquele Conselho de Redacção, ninguém percebeu a situação delicada em que se meteu ao chamar a atenção para isto apenas agora?
* Pelo que se apanha na imprensa não parecem ter um caso da dimensão do de Relvas, de chantagem e ameaça. As habituais discordâncias sobre critérios editoriais – sempre dúbios - e sobre ângulos jornalísticos tratados com maus modos e falta de tacto por detentores do poder.
** O Grupo de Trabalho nomeado por Relvas para o serviço Público de Televisão tinha sugerido a extinção da RTP-Açores. O caso demonstra antes que os poderes executivos têm de ser afastados da tutela. A existência de um serviço público de informação faz todo o sentido. Pouco me interessa o que patrões do privado ou directores digam sobre o assunto. Enquanto jornalista defendo o direito à informação e não quotas de mercado.
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