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Ontem, o Ministério decidiu cortar nos apoios aos doutoramentos no estrangeiro. Na 5 de Outubro, não há uma linha de rumo, uma estratégia ao menos de médio prazo, apenas contabilidade imediata.
Vistas a partir daqui, ao longo dos últimos anos, sucessivos governos tomaram para o ensino superior sucessivas decisões erradas.
Permitir, primeiro, que os politécnicos pudessem ministrar licenciaturas encheu o país com uma oferta educativa impossível de completar. A falta de candidatos numa população envelhecida era já evidente, ou não havia nos ministérios noção do número de alunos que frequentavam os ensinos básicos e secundário?
Depois veio Bolonha comprimir a formação inicial para três anos e criar bacharelatos onde antes havia licenciaturas. Efeito dominó sobre a qualidade e exigência.
Transformada a universidade em fábrica de enchidos, criou ainda uma situação de discriminação de facto entre os licenciados pré-Bolonha e os mestres pós-Bolonha. Mais créditos dos primeiros e mais tempo dispendido, equivalem a salários mais baixos e a critérios punitivos nos concursos de emprego.
Agora é o fim da internacionalização das universidades portuguesas, acantonadas, auto-alimentadas em círculos nacionais. Prevê-se um futuro risonho para a ciência em Portugal.
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