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(foto: RTP)
No dia a seguir à vitória de Passos Coelho, no Camões, falei sobre os resultados eleitorais com uma recém-licenciada em Direito, dessas pré-Bolonha, de aviário, que com três anos de formação acham saber tanto como com cinco e andam zangadas com a Ordem dos Advogados que as força a fazer exames de admissão.
Tinha votado no PSD e estava bastante esperançada no Governo que aí vinha. Eu e uma terceira interlocutora contámos da nossa completa falta de ilusões na coligação, que nem a boa notícia do afastamento de Sócrates temperava. Nem as promessas, nem prática, nem ideias, justificavam o optimismo.
Desde anteontem, não deixam de espantar as pessoas na rua, directos televisivos, comentadores encartados. Anda demasiada gente admirada com o aumento da taxa da segurança social: que ninguém estava à espera disto, que não foi para isto que votaram no Passos.
O estranho é que em paralelo não têm faltado previsões e alertas acertados acerca das consequências e objectivos das políticas do Executivo PSD/CDS-PP. Têm chegado de partidos mais à esquerda (aliás, há muitos anos), de sectores do PS, da blogosfera, das redes sociais e até de economistas.
Entre esta imensa maioria, o haver tanta gente a sentir-se traída evidencia mais a sua vontade de ser enganada, deixar que outros pensem por si e desleixo em procurar informação do que a falta de alternativas disponível.
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