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Até Cavaco Silva ter chegado à Presidência, os chefes de estado costumavam equilibrar ideologicamente o Conselho de Estado chamando representantes da Esquerda. Dentro da legitimidade que detém, Cavaco foi o primeiro Presidente da República a preencher a sua quota apenas com gente próxima. Entre os que escolheu para o aconselharem, recorde-se, estava Dias Loureiro cuja presença manteve bem para lá do razoável na sequência do caso BPN.
No novo mandato, trocou Anacoreta Correia, um histórico do CDS, por Bagão Félix - o ex-ministro dos governos PSD-CDS que chegou a ser dado como candidato dos meios mais conservadores nas últimas presidenciais, e que poderia ter conduzido Cavaco a uma segunda volta.
Ora, é este indigitado por Cavaco que vem agora afirmar que Sócrates mentiu ontem numa entrevista dada à RTP sobre o que se passou na última reunião do Conselho de Estado. Já em Março, na tomada de posse de Cavaco - e antes de ser por este indicado para o Conselho de Estado - tinha atacado o primeiro-ministro (com razão, aliás).
Bagão anda feito homem-de-mão para os ataques de Belém. E até já houve quem falasse nele (ao lado de Vítor Bento, outro eleito de Cavaco) para um Governo de influência presidencial.
Cavaco está muito longe de ser um medianeiro politico e um árbitro equidistante. Isso nem é grave. Grave é que se venda e seja vendido como tal.
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