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Durante as anteriores depressões mundiais, não existia internet, nem redes sociais.
A destruição de África nos pós-independências, acometida pela descida dos preços das matérias primas e forçada a assumir empréstimos esmagadores, não comoveu ninguém fora do humanitarismo pop dos Live Aid.
Os japoneses dos anos 1990 e os sul-americanos da década de 1980 sofreram dentro de fronteiras o seu próprio empobrecimento.
Em Portugal, a zanga tem trepado. Acabou o tempo dos encolheres de ombros conformados, crentes nas virtudes da austeridade cega e na fábula da cigara e da formiga. Não são já esses a maioria dos que se ouvem nos directos televisivos. Nenhum governante sai já à rua sozinho. Não tarda, comentadores irão pelo mesmo caminho.
Se, como tudo indica - a cupidez criminosa da Finança, do FMI e dos bancos centrais não dá para mais -, a crise europeia e norte-americana galgar os muros, não se espere que os povos voltem a sentir-se sozinhos. A rede tratará de unir os pontos, a aproximar as fomes, as misérias, as falências. E identificará seus autores e responsáveis. No Ocidente, o apagão digital dificilmente será consentido.
Duvida-se que a humanidade esperasse vir a viver tempos tão interessantes.
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