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(Foto: sicnoticias.sapo.pt)
A António Vitorino saiu-lhe a sorte grande no dia em que a comunicação social publicou que tinha comprado um monte no Alentejo e fugido ao pagamento da sisa.
O então ministro da Defesa de Guterres demitiu-se, foi ilibado das acusações pela Direcção Geral das Contribuições e Impostos, e não mais voltou a servir a cidade dentro de portas. Precocemente senatorizado, descartou, rezam as crónicas, todas as solicitações para assumir funções e cargos públicos em Portugal.
A passagem pelo cargo de comissário europeu não conta. É um exílio dourado, uma vitrina de vaidades, e, apesar das juras, estão por provar os benefícios para Portugal da sua passagem por Bruxelas: o país não chegou de um dia para o outro ao ponto a que chegou. Parece que ainda há-de contar a história da vez em que Durão Barroso lhe passou a perna e lhe ficou com o desejado lugar de presidente da Comissão Europeia.
Na segunda-feira, dia 12, data em que Angela Merkel visitou o eremitério de Belém e o forte de São Julião da Barra, Vitorino vestiu mais uma vez o equipamento de comentador. Na RTP participou numa edição especial de debate, conduzida por Nuno Santo e intitulada O Morto da Europa. Não me recordo do texto exacto, e a coisa não está disponível online, mas em rodapé passou a ideia que Vitorino recusava uma aliança dos países do sul da União Europeia para fazer frente à austeridade.
Daquela cabeça, Vitorino é outro cuja genialidade ninguém contesta, continua a nada sair de jeito para a cidade. Vitorino é um dos rostos da estupidez europeia. Da estupidez que não percebe que só uma aliança forte contra o caminho suicidário pode impedir o afundamento do continente.
Nada do que Vitorino diz se aproveita. Mas continuam a ouvi-lo como se disesse coisas inteligentes. Ele que é incapaz de pensar fora das baias do pensamento único que destruiu o país e o continente. Fala-se dele a simpatizantes do PS, o maior partido da oposição, e muitos são os que o vêem envolto em brumas, um adiado D. Sebastião. Inevitavelmente será um nome equacionado para o bendito Governo tecnocrático. O chato disto, do campeonato dos desejados, é que da última vez que participámos fomos perder a Alcácer Quibir.
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