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(Foto: foxnews.com)
The Daily, publicação maravilha lançada em exclusivo para o iPad, em 2011, fechou há dias por decisão da News Corporation, grupo de Rupert Murdoch.
Embora nada mais se diga, a decisão parece ter-se devido "à falta de sustentabilidade a longo prazo". Ou seja, fazendo fé no comunicado, o encerramente não foi por causa de prejuízos actuais, mas sim pelas baixas perspectivas de lucros futuros. De qualquer forma, nunca ninguém disse que se podia conjugar o nome Rupert Murdoch e consciência social no mesmo parágrafo.
Embora o próprio negue ter tido conhecimento do que se passava, funcionários de Murdoch no News of the World ou no The Sun agiram de modo criminoso, subornando fontes e fazendo escutas (aqui e aqui). E, em princípio, qualquer projecto de comunicação do magnata da comunicação australiano que venha a encerrar é uma benção para o jornalismo, para o ambiente, para a humanidade.
A situação não é nova. Possivelmente o jornalismo não será menos livre do que foi no passado. Mas existe escassa percepção pública de que os grandes empresários do sector são um dos problemas do jornalismo actual. Aqui, promove-se uma ideia, os jornais para o iPad, como sendo o mais risonho futuro. Acolá, diz-se que o que existe pertence ao passado e que nenhum jornalista pode estar seguro.
Mas embora gente como Murdoch tenha o dinheiro para contratar (e despedir) gente, criar e destruir projectos, não parece que ele e os seus gurus da comunicação social estejam a mostrar grande clarividência empresarial. Da ética, é o que se sabe.
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