Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]
(Foto: fotograma de Saló ou Os 120 Dias de Sodoma, de Pier Paolo Pasolini)
O primeiro-ministro demissionário italiano, Mario Monti, não concorre às eleições mas diz-se pronto a liderar um governo caso haja "apoio dos partidos" à sua agenda.
Trocando por miúdos, os eleitores votam nos programas que os partidos lhes propõem, para depois os partidos escolherem um chefe de Governo que fará o que muito bem lhe apetecer.
Monti não diz a ninguém que é um democrata ou sequer que acredita na democracia. O que propõe é um golpe de Estado. Um simulacro descarado de democracia. É esta agenda de decisões que a democrática Europa vai promovendo. E o saneamento das contas públicas é apenas um pretexto como outro qualquer para destruir o sistema democrático.
Há sempre um rol com as melhores, mais justas e mais razoáveis razões do mundo para justificar o injustificável. E os que defendem a democracia, vão tendo de viver com o que lhes propõem os partidos dos factos consumados.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.