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(Foto: metroecuador.com.ec)
A nacionalização de quatro filiais da Iberdrola, na Bolívia, foi recebida com espanto e horror por uma boa parte dos comentadores online do Público.
Na cabeça daquela gente, a nacionalização faz parte do cardápio das ditaduras e qualquer empresa pública tem falência e ruína como destinos inevitáveis. Catequese, não mais que catequese.
É um mesmo tipo de fé que se vê nos militantes da National Rifle Association. Num e noutro caso, quem pode dizer a um crente que aquilo em que acredita está bem longe da cair no domínio da infalibilidade?
Evo Morales, o presidente boliviano, diz que as filiais da pretrolífera espanhola cobram o dobro das tarifas nas zona rurais do país. Que não pode ser. Que toda a gente tem direito à energia. E se se expropria a propriedade da Iberdrola, não se deixa de prever o pagamento de indemnizações. A energética espanhola vai querer receber mais, o Estado boliviano vai querer pagar menos. Mas não se trata de um saque.
Depois, nada, absolutamente nada, nas "leis" da Economia dita a gestão pública como pior que a privada. Que haja quem, em muito lado, se encarregue de o fazer parecer, são contas de outro rosário.
De qualquer forma, atendendo aos custos das parcerias público-privadas para as contas do Estado português, talvez fosse chegada a altura de muitos decisores meterem o missal na gaveta. O ano de 2013 corre o risco de vir a reformar vários sacramentos intocáveis.
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