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(Foto: rotekulturlinks.de)
Angela Merkel tem um futuro terrível. A história reserva-lhe um papel cruel como a mulher estúpida e ideologicamente fanática que conduziu todo um continente para o abismo económico, cercado de gauleteirs igualmente estúpidos e submissos. Da história desta crise não constará a redenção. E é inútil remar em sentido contrário, como se continua a fazer na agenda noticiosa. Os jornais falharam a crise e passam diariamente ao lado da história enquanto se dedicam à propaganda dos interesses dos seus proprietários.
Há dias, Angela Merkel anunciou o mercado único europeu do trabalho, uma coisa que se está a construir num processo que "durará anos, talvez décadas". É fácil de explicar como funciona a brilhante ideia da governante alemã. Primeiro, destroem-se as economias dos países do sul. Terraplam-se direitos sociais e esmagam-se os salários. Depois, essa mole de gente empobrecida emigra Europa fora - com a vantagem de que boa parte dessa gente é, hoje, profissional e academicamente qualificada. Qualquer melhoria salarial em relação ao país de origem será encarada como uma benção.
E quando esses milhões de trabalhadores, não tão bem pagos quanto isso, forem em número suficientemente alto nos países de destino, nas Alemanhas e quejandos, os salários locais acabarão pressionados pelos valores mais baixos dos igualmente qualificados trabalhadores do sul. E a compressão salarial que hoje se sente em Portugal, na Grécia, em Espanha, será então sofrida na pele pelos empobrecidos trabalhadores alemães.
Pelos mesmos trabalhadores alemães que hoje votam em Angela Merkel e que se queixam de andar a trabalhar para os preguiçosos e corruptos parceiros lisboetas, atenienses e madrilenos. Nem nessa altura perceberão como se deixaram embarcar numa narrativa ideológica, falsa e fanática que visava transformar o estado de bem-estar social europeu numa coisa capaz de competir com a selvajaria social chinesa.
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