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O inquilino de Belém corre sistematicamente atrás do prejuízo. Não por se encontrar acometido por qualquer bambúrrio de azar, olho gordo ou obsessão persecutória de adversários mesquinhos – como acreditará intuir –, mas por manifesta inadequação pessoal e política para o cargo que ocupa e para o qual o elegeram duas vezes.
Escolhas tanto mais grave quando na última delas já se sabia da inventona das escutas de Belém e dos lucros com acções saídas do aparato criminoso-financeiro que atirou o país ao buraco e que faziam com que só os muitíssimo distraídos comprassem Cavaco por Presidente. À segunda, cai quem quer.
No seu critério, Cavaco pode muito bem ter entendido apresentar, de modo discreto, as condolências às famílias e corporações dos bombeiros mortos este ano no combate aos fogos florestais. Mas por força das circunstâncias, estas mortes colaram-se à morte de António Borges.
E, sem acesso ao poder, António Nuno Ferreira, Pedro Rodrigues, Ana Rita Pereira e Bernardo Figueiredo são heróis que deram a vida pelo bem comum.
Já António Borges era um amigo de Cavaco, muito bem pago, de currículo polémico, tornado conhecido por declarações da mais manifesta insensibilidade social e que usou sempre o muito poder e influência que tinha para dar mais dinheiro a ganhar aos habituais grupos económicos e financeiros. Os seus préstimos para a sociedade e para o país foram para um grande número de portugueses duvidosos ou mesmo prejudiciais.
Há alturas em que a falta de consistência política e a duplicidade de critérios fazem um ruído aterrador.
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