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Sempre que ouço ataques ao cinema português e ouço os defensores dos filmes comerciais fico com pele de galinha.
Ontem, vi o Assalto ao Santa Maria, de Francisco Manso, um exemplo desse tipo de produção tão desejada. Eu que gosto de acompanhar em sala os filmes portugueses, gostava de saber quem pagará para ir ao cinema ver aquilo. Entendamo-nos. Consegue ver-se. Flui como uma telenovela (das feitas sem dinheiro) e tem menos paragens publicitárias. Mas se os meios de produção para fazer não existem, mais valia gastá-lo no Vá-Vá em frente a um café e uma Pedras.
A RTP optou por transmitir o filme com a bolinha vermelha ao canto. Não percebi o motivo. Se quiser ser cínico admito que tenha sido para evitar uma noite confrangedora aos espectadores.
Além da acção mal encenada, da incredibilidade dos cenários que tentam ser realistas, o filme não tem espessura. As personagens são caricaturais e os actores mal dirigidos, os diálogos risíveis. Nem sequer falta a cena de nudez, que, como de costume, nos filmes portugueses, é desnecessária, gratuita e mal filmada.
Carlos Paulo no papel de Henrique Galvão é uma falha de casting. O militar nascido ainda no século XIX, foi sidonista, salazarista e andou pelo sertão africano (pdf). Não se imagina que tenha sido a figura delicada que ali vai representada.
Quanto mais não valem os mal-amados Oliveira, Rocha, Costa, Teresa Villaverde Cabral ou Miguel Gomes.
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