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O PS apresentou ontem o programa com que diz querer governar. Pouco interessa que, nos últimos seis anos, tenha violado sistematicamente as promessas eleitorais como aquela dos 150 mil postos de trabalho.
Desta vez é que não vai mesmo aplicar o que diz e só quem andar muito tapado acreditará nisso. Na próxima década, mas com consequências que se prolongarão, e se a coisa se encaminhar tal como pedida pelo trágico coro dos ex-presidentes e dos donos da fazenda reunidos em compromissos vários, Portugal será um protectorado e o Executivo não passará de um mestre de cerimónias do FMI.
Segundo as notícias, a tróica há-de entregar o seu plano para garantir os pagamentos aos credores usurários há-de estar aí até ao fim da semana. Pouco interessa que tenha falhado rotundamente na Grécia e na Irlanda. O que é preciso é pagar a quem nos emprestou dinheiro com dez por cento de juro.
Segundo as sondagens, os portugueses - ora inteligentes ora responsáveis pela crise, segundo a inclinação ocasional do orador político à cata de votos - inclinar-se-ão para votar nos partidos do FMI. Os que defendem que passem a reformar-se entre os 70 e os 80 anos; privatizem a companhia das águas, preferencialmente a estrangeiros que sempre gerem melhor; e reduzam as pensões de velhice (que não as múltipas acumuladas pelos seis anos no Banco de Portugal) a metade do valor do salário mínimo, que nunca mais há-de subir.
Parece que se persiste em ir votar assente na realidade de sombras cavernícolas servida todos os dias nos jornais. Partidos falam como se o que dissessem fosse exequível no caminho que apostam em trilhar.
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